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“Por um mundo mais empático”

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Vera Lúcia compartilha seu depoimento sobre seu câncer de mama e também conta como foi lidar com sua mãe vivendo o mesmo problema

Dona Amélia (em 2018) e sua filha Vera (em 2021) tiveram o câncer de mama

Olá, sou Vera Lúcia Vicente dos Santos, tenho 49 anos, sou casada com Cézar dos Santos, tenho dois filhos e três irmãos. Comecei o meu tratamento contra o câncer de mama em fevereiro de 2021 e terminei em julho do mesmo ano. Sou filha da Amélia Soares Vicente, de 73 anos, que também passou por um tratamento de câncer que começou no ano de 2018 e terminou em março de 2019.


Como o que aconteceu com a minha mãe foi antes de todo o processo que eu vivi, vou falar um pouquinho sobre ela e, depois, vou dizer da minha vivência com tudo isso. Ela descobriu um nódulo em casa em 2014 e, desde essa descoberta, foi acompanhando esse nódulo, fazendo exames todos os anos e sempre estava normal.


Em 2017, os médicos notaram uma alteração no nódulo e fizeram uma biópsia, a qual descobriu que ela estava com câncer de mama. A partir disso, dona Amélia já foi encaminhada para o Hospital do Câncer de Londrina e, lá, a oncologista decidiu já marcar a cirurgia na mama direita. Ela retirou toda a mama e esvaziou a axila – graças a Deus teve uma recuperação boa. Depois disso, ela iniciou o tratamento de quimioterapia que terminou em março de 2019.


Ainda em 2019, depois do tratamento, ela começou a ficar com a imunidade muito baixa, coisa que nunca se estabilizava. Com isso, ela passou por uma consulta com uma hematologista e foi constatado que ela tinha uma lesão da medula, que na verdade é um câncer raro.


Ela precisou fazer algumas aplicações de um remédio, que é fornecido pelo governo, pois é muito caro. Ela deveria ter feito 10 aplicações, mas só conseguiu quatro, porque o governo cortou a medicação dela. Hoje, ela está bem, e eu sempre a acompanho nas consultas e dou todo o meu apoio a ela, pois sei o quanto é difícil.

Agora eu
Agora vou compartilhar um pouco da minha história. Eu descobri o câncer em 2020, porém o meu não tinha nódulo, eu comecei sentir que a mama estava diferente, ela foi endurecendo e ficando craquelada e eu tinha muita coceira. Depois tive muita dor.


Inicialmente, eu paguei dois exames de mamografia pelo particular e ambos não constaram nada. Até que eu fui Unidade Básica de Saúde daqui onde moro, no São Fernando, e um médico me examinou e resolveu fazer uma biópsia. Na outra semana, após a biópsia, descobri que estava com câncer de mama.


Esse câncer não foi o mesmo da minha mãe, mas o médico me disse que comigo ocorreu por um problema hereditário. Na época, receber essa notícia foi difícil, não é fácil. Foi um impacto muito grande, mas depois do choque da notícia resolvi que iria enfrentar isso, que eu não ia ficar me lamentando, e ia enfrentar tudo isso da melhor maneira possível. E foi de fato o que fiz, e acredito que faço até hoje.


Tanto eu quanto a minha mãe fizemos todo esse tratamento pelo SUS e fomos muito bem acolhidas e tratadas com muito respeito lá dentro do Hospital do Câncer de Londrina, durante todo o nosso processo. Realmente, não temos do que reclamar.


Para mim o mais difícil foi durante a quimioterapia, que foram 13 aplicações. Desde então tive que ficar em casa recebendo auxílio-doença. Digo que foi difícil porque comecei a trabalhar muito nova e nunca fiquei parada. Aí, de repente, do nada, eu precisei me afastar do serviço, que era de zeladora, e tive que ficar em casa, isso para mim já foi bem estranho, mas eu fui lidando com isso, e busquei no artesanato uma distração.


Todo esse processo me trouxe algumas lições e me fez entender também o quanto eu sempre cuidei das outras pessoas, e acabei deixando de cuidar de mim. Essa experiência de vida também me fez refletir que, quando a gente passa por algo assim na família, sentimos na pele o quanto é difícil.


Às vezes, quando a gente olha para o outro e vê que ele está doente e reclamando, antes de ajudar a gente julga: “Mas será que é tudo isso mesmo?”. Com isso tudo, eu aprendi que nós precisamos olhar para o outro e sermos mais solidários. Precisamos cada vez mais trabalharmos a nossa empatia.

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