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Roda de Conversa: feminicídio e violência de gênero

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Jornalistas do Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina, falaram como a linguagem pode ajudar a combater a violência de gênero

A Roda de Conversa debateu a violência e o feminicídio; evento fez parte da campanha “Elas fazem acontecer”, de empresárias de Rolândia

Na terça (21), uma Roda de Conversa com as jornalistas Carolina de Faria Avansini e Cecília França, do Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina, foi realizada na APAE Rolândia. O evento fez parte da campanha ‘Elas fazem acontecer’, promovida pelo JR – Um Jornal Regional, Brechó com Propósito, CNA Rolândia, Empório Veganizando, Madame Bike, Mídia Pontual, Amazing Burger e Clínica de Estética Anneliese Moers.


No encontro, que contou com a presença de 25 pessoas, as profissionais falaram como a linguagem pode ajudar a combater a violência de gênero e explicaram um pouco sobre o que é a violência de gênero e como é reproduzida.


De acordo com as profissionais, em geral, a primeira agressão à mulher chega em forma de linguagem. E, muitas vezes, essa violência é legitimada socialmente. “Pediu para apanhar. Ela é louca, não sabe o que fala. Mulher tem que se dar o respeito, entre outras expressões, reproduzem e estimulam essa violência”, explicaram.


Outra faceta do uso da linguagem na perpetuação da violência é visível em relacionamentos abusivos e podem ser reproduzidos da seguinte forma: “Ninguém vai acreditar em você. Não presta nem pra cozinhar. Mal sabe lavar uma roupa direito. Você não tem amigos, todos falam mal de você. Todas essas afirmações humilhantes acabam destruindo a força e a autoestima necessárias para sair do relacionamento”, pontuaram as ‘Néias’.

Casos reais
As jornalistas também trouxeram exemplos que saíram na mídia de situações em que a sociedade assumiu que a mulher era a culpada pela violência que sofreu, reforçando a problemática em que a ‘culpa é sempre da mulher’.


As jornalistas mostraram os comentários de uma notícia que repercutiu nacionalmente, em que uma mulher foi espancada por quatro homens durante o primeiro encontro. “Após encontro agendado por aplicativo de relacionamento, a mulher foi espancada brutalmente e ainda apontada como culpada em comentários nas redes sociais”, pontuaram.


Durante a roda, Carolina e Cecília também explicaram como o observatório divulga os fatos de feminicídio que chegam até elas. De acordo com as voluntárias, a mulher em situação de violência tem uma história, famílias e planos que foram interrompidos pelo ataque.


“A violência não deve ser definidora da mulher. Não são culpadas da violência que sofreram por estarem em um lugar perigoso, porque beberam, porque traíram, porque usaram roupas curtas. Nunca atribuímos as razões do crime à conduta da mulher: modos, valores, roupas, comportamento”, enfatizaram.

Sobre Néias
O grupo Néias é uma organização da sociedade civil que surgiu em 2021, após um grupo de feministas ativistas se organizarem para dar visibilidade e acompanhar o julgamento do feminicídio tentado cometido pelo marido de Néia, na verdade Cidneia Ap. Mariano da Costa, que tentava se separar. Saiba sobre o grupo no www.observatorioneia.com ou no Instagram (@neiasobservatoriolondrina).

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