Renan Eduardo Irmer pegou 7 anos de reclusão e 28 meses de detenção em regime semiaberto, além de perda de CNH por 5 anos

O juiz Marcelo Furlanetto da Fonseca, de CambĂ©, sentenciou os rĂ©us acusados de racha que resultou na morte do casal de noivos Daniela Aparecida Rodrigues Moraes e Gregory Hyus Lima de Oliveira, de RolĂąndia, em setembro de 2018. Renan Eduardo Irmer, que dirigia o carro que atropelou e matou o casal, foi sentenciado a 7 anos de reclusĂŁo e a 28 meses de detenção, que serĂŁo cumpridos em regime semiaberto. JĂĄ JosĂ© AntĂŽnio Francisco Filho, que estava no outro carro do ârachaâ pegou um ano e seis meses de detenção em regime aberto. Os dois âperderamâ a CNH e nĂŁo podem dirigir por 5 anos.
Por que semiaberto
Segundo os advogados das famĂlias do casal de noivos mortos, o regime a ser cumprido Ă© o semiaberto porque Renan foi sentenciado a menos de 8 anos e um dia de reclusĂŁo pelo duplo homicĂdio simples. Se fosse a esse tempo ou a um tempo maior, o regime seria fechado. O rĂ©u tambĂ©m foi condenado a 2 anos e 4 meses de detenção pelos outros crimes âmenoresâ, mas que esse tempo nĂŁo pode ser âsomadoâ aos 7 anos por se tratarem de naturezas diferentes de crimes e condenação. A reclusĂŁo Ă© para crimes graves e a detenção Ă© para crimes mais leves e nĂŁo permite regime fechado. Por isso nĂŁo houve a soma.
O julgamento, no FĂłrum Des. Lauro SodrĂ© Lopes, em CambĂ©, começou na quinta-feira (15) pela manhĂŁ e terminou na noite de sexta-feira (16). Renan foi condenado a pena mĂnima de 6 anos de reclusĂŁo por uma das mortes, condenação que foi acrescida de mais 1/6 da pena mĂnima pelo segundo Ăłbito. Isso de acordo com o artigo 70 do CĂłdigo Penal. No total, foi condenado a 7 anos de reclusĂŁo duplo homicĂdio por dolo eventual. Sobre os crimes de âRachaâ, OmissĂŁo de socorro, Fuga do local do crime e Embriaguez ao volante e CNH vencida, recebeu em cada um deles 7 meses de detenção.
JosĂ© AntĂŽnio Francisco Filho foi condenado por participação em racha, omissĂŁo de socorro e fuga do local do crime numa penal total de um e seis meses de detenção em regime aberto. Pela pequena sentença, o regime aberto pode ser substituĂdo por prestação de serviços comunitĂĄrios por 540 horas, 7 horas semanais, preferencialmente aos sĂĄbados, domingos e feriados. TambĂ©m foi condenado a pagar 10 salĂĄrios mĂnimos Ă uma vĂtima por omissĂŁo de socorro â essa pessoa estava em seu carro e foi deixada no local do atropelamento.
O caso
Renan Eduardo Irmer (30) e JosĂ© AntĂŽnio Francisco Filho foram acusados de envolvimento na morte de Gregory Hyus Lima de Oliveira e Daniela Aparecida Rodrigues Moraes. O casal foi vĂtima de um atropelamento fatal ocorrido em 8 de setembro de 2018, na BR-369, entre RolĂąndia e CambĂ©, exatamente no antigo semĂĄforo da Bratislava.
Na noite do acidente, Gregory e Daniela estavam em uma motocicleta, aguardando no semĂĄforo da BR-360, ao lado da Sadia, quando foram atingidos por um Peugeot conduzido por Renan Eduardo Irmer. De acordo com a perĂcia, o veĂculo estava a mais de 100 km/h em uma via em que a velocidade mĂĄxima permitida Ă© de 70 km/h. O impacto foi tĂŁo violento que arremessou o casal a metros de distĂąncia, resultando na morte imediata de ambos.
O MinistĂ©rio PĂșblico acusa Renan Irmer de homicĂdio com dolo eventual, embriaguez ao volante, participação em corrida clandestina (racha), omissĂŁo de socorro e fuga do local do acidente. Segundo a denĂșncia, Irmer estava participando de um racha com JosĂ© AntĂŽnio Francisco Filho, que dirigia um Chevrolet Prisma. Ambos os veĂculos foram vistos disputando corrida em alta velocidade pouco antes do acidente. Francisco Filho Ă© acusado de participação no racha, omissĂŁo de socorro e fuga do local do acidente.
Segundo o inquĂ©rito policial, Renan Irmer havia participado de uma festa com consumo liberado de bebidas alcoĂłlicas pouco antes do acidente. AlĂ©m disso, sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) estava vencida desde fevereiro de 2017, ou seja, ele estava dirigindo ilegalmente havia mais de um ano e meio. Durante as audiĂȘncias preliminares, Irmer negou ter consumido ĂĄlcool e afirmou nĂŁo se lembrar de muitos detalhes apĂłs a colisĂŁo, negando tambĂ©m a participação em qualquer racha.
A investigação, conduzida pelo delegado Roberto Fernandes de Lima, de CambĂ©, concluiu que os dois motoristas estavam cientes dos riscos de suas açÔes. Testemunhas oculares relataram que os veĂculos trafegavam em alta velocidade e que o Peugeot de Irmer nĂŁo teve tempo de frear antes de colidir com a motocicleta.