Londrina: 12º ECOH traz oficinas de contar histórias

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Oficinas de cordel, técnicas de narração para bebês e na sala de aula. Além da programação artística, o Encontro de Contadores de Histórias de Londrina oferece atividades formativas para o desenvolvimento de habilidades da narrativa oral

Acordelista Mari Bigio, de Recife, e o ator, narrador e autor Zé Bocca, de Votorantim (SP) estarão no 12º ECOH

Saber contar uma história olho no olho é um recurso valioso na transmissão de conhecimento e na construção de vínculos. O 12º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina é uma oportunidade para conhecer técnicas e ampliar possibilidades de explorar a narrativa oral. Na edição deste ano, três narradores de diferentes estilos e repertórios, além de apresentar espetáculos, vão compartilhar conhecimento com quem deseja aprender ou se aprimorar na arte da oralidade.


Qualquer pessoa interessada no tema já pode se inscrever para a oficina presencial “A arte de contar histórias com bebês e crianças pequenas”, agendada para o dia 26 de agosto (sábado), conduzida pela pesquisadora e narradora Ivani Magalhães, de São Paulo.


A aula espetáculo online “Da boca pra fora na ponta da língua”, com Zé Bocca, de Votorantim (SP), também está com inscrições abertas. A proposta é demonstrar o poder das histórias como ferramenta em sala de aula. A atividade será realizada no dia 29 de agosto (terça-feira).


Já a formação “EnContar Cordel”, com a cordelista pernambucana Mari Bigio, é dirigida exclusivamente a professores da rede municipal de educação que participam do Projeto Palavras Andantes. O objetivo é valorizar o cordel, como patrimônio cultural genuinamente brasileiro.


As inscrições para as atividades formativas podem ser feitas na plataforma sympla.com.br. Para encontrar os eventos basta digitar “ECOH” na barra de pesquisa. Ingressos a R$20 + taxa de administração de R$2,50.

Histórias para a primeiríssima infância
Ivani Magalhães começou a contar histórias em sala de aula há mais de 20 anos. Com o passar do tempo foi ganhando outros espaços, se tornou pesquisadora da área e autora.


“Eu acredito que contar histórias é a arte de promover o encontro. O encontro de nós com nós mesmos, o encontro com o outro e o encontro com as coisas do mundo. Acredito no potencial humanizador que as histórias têm”, declara Ivani.


Na oficina “A arte de conta histórias com bebês e crianças pequenas”, no dia 26 (sábado) ela vai partilhar conhecimento teórico e prático da narração dedicada a crianças na faixa etária de 0 a 3 anos de idade.
“Vou mostrar um pouco desse meu trabalho para, quem sabe, poder inspirar quem também está atuando com bebês, seja como artista ou como educador. Eu acredito que contar histórias para essa faixa etária é uma forma muito potente de nutrição. Nós oferecemos nutrição afetiva, poética, estética, cultural, linguística, entre outras coisas”, avalia.


A narradora também vai entrar em cena na programação artística do 12º ECOH no dia 25 (sexta), apresentando o espetáculo “Histórias Encantadas” para crianças do ensino infantil e fundamental da Escola Municipal Luiz Marques Castelo.


“No espetáculo reúno releituras minhas de contos tradicionais. Nós vamos ter alguns contos que fazem parte da obra dos Irmãos Grimm, de Charles Perrault e também de novas versões que estão surgindo. No total, são 4 histórias recheadas de ludicidade”, informa.


História como ferramenta em sala de aula

O ator, narrador e autor Zé Bocca, de Votorantim, no interior de São Paulo, apresenta a aula espetáculo “Da Boca para Fora, na Ponta da Língua”, em oficina online, no dia 29 (terça-feira). O público-alvo principal são os professores, mas a atividade é aberta a qualquer pessoa interessada no tema.
O artista acredita que a narrativa oral é subutilizada nas salas de aula, mesmo sendo uma ferramenta importantíssima para melhorar a comunicação e estimular a leitura.


“O retorno que eu recebo de professores que se dedicam a aprender a contar histórias é de uma dinamização da comunicação entre professor e aluno em sala de aula, além do estímulo à leitura. Ao contrário do que alguns podem pensar, contar uma história não prejudica a leitura do livro. Uma história bem contada incentiva as crianças a irem atrás do livro. Na oficina compartilho dinâmicas, além de bibliografia e filmografia relacionadas ao assunto.”


Quem quiser conferir o talento de Zé Bocca antes da oficina virtual, pode assistir ao espetáculo “Histórias para Ouvidos Pequenos” que ele apresenta acompanhado do músico Marcos Boi, dentro da programação artística do ECOH. A primeira apresentação será no dia 25 (sexta-feira), às 10h, na Biblioteca do CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados (Rua Ângelo Gaioto, s/n – Jardim Leonor). No dia 26 (sábado), também às 10h, o espetáculo será a atração na Concha Acústica, no centro de Londrina.


“O espetáculo é sempre muito interativo, conta com a participação direta da plateia, muitas vezes até no palco, como convidado especial”, avisa o narrador.


Uma das histórias apresentadas é “O bicho mais poderoso do mundo”, um conto da tradição oral africana, do Zimbábue, recontado por Zé Bocca em livro pela Editora Aletria, de Belo Horizonte, em 2019, e que será vendido no local pelo autor.

Cordel para professores do Projeto Palavras Andantes
A cordelista Mari Bigio, de Recife, Pernambuco, participa do ECOH facilitando a oficina “EnContar Cordel”, dedicada exclusivamente aos professores do Projeto Palavras Andantes da rede municipal de educação.
A formação, dividida em dois módulos, abrange as origens, características e regras da literatura de cordel, além de apresentar textos e autores que são referência no gênero, propondo ainda exercícios e desafios criativos. Um dos objetivos é aproximar das crianças a literatura de cordel, patrimônio cultural brasileiro.
“Vou compartilhar um pouco da minha vivência como cordelista há mais de 15 anos. Já viajei o Brasil levando a literatura de cordel e vou chegar a Londrina com a mala cheia de carinho, de cordéis e de conhecimentos pra gente trocar”, fala Mari.


O público em geral também vai poder se divertir com os cordéis da artista pernambucana. Ela fará três apresentações abertas do espetáculo “Histórias Sertanejas – Cordel para Crianças”. A primeira no dia 29 (terça-feira), às 9h30 na Biblioteca Ramal Padre Adelino de Carli (antiga Biblioteca Ramal Vila Nova- Rua Purus, 45, Vila Nova). As outras duas apresentações serão no dia 30 (quarta-feira), às 9h30 e às 14h30 na Biblioteca Pública Infantil de Londrina (Praça 1º de Maio, 110). Mais informações sobre as oficinas em ecoh.art.br

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