Família de antigos moradores de Rolândia se reuniu em comemoração aos 70 anos da chegada do patriarca à cidade; familiares aproveitaram para visitar o museu e revisitar suas memórias
O Museu Histórico de Rolândia recebeu uma visitação especial na tarde do sábado, dia 29 de janeiro. Uma família de antigos moradores de Rolândia, a Família Simm, promoveu um encontro em comemoração aos 70 anos da chegada do patriarca à cidade e colocou a visita ao Museu no ‘evento’. “Durante a visitação do acervo, os membros da família puderem experienciar um retorno ao passado e apresentar suas lembranças às novas gerações”, explicou Solange Pretti, diretora do Museu Histórico de Rolândia.
A diretora, por sinal, foi muito elogiada pelos familiares que foram na visitação. “Ela foi incrível, nos mostrou muitas coisas e falou sobre as peças e fotos do Museu Municipal”, afirmou Adriana, uma das ‘Simm’.
História
Os ‘Simm’ chegaram em Rolândia em 11 de janeiro de 1952, após uma longa viagem iniciada em Carazinho, no Rio Grande do Sul. A escolha pelo norte do Paraná se deveu ao patriarca, Arnaldo Simm, que havia montado uma serraria com seu cunhado, Julio dos Santos, em Barbosa Ferraz. O primeiro lar ocupado pela família foi uma casa de madeira, de propriedade da família Brinkmann, anteriormente ocupada pelo tio Otto Kreling, o que também pode ter influenciado na escolha pela cidade.
A casa era bastante modesta, mesmo para os padrões dos anos 50: havia apenas dois dormitórios e um terceiro ambiente, o qual conjugava a sala, a copa e a cozinha. Fora da casa havia uma espécie de anexo coberto, onde ficava o espaço para banho, o tanque para lavar roupas e um forno; além disso, havia ainda a ‘casinha’ – basicamente uma abertura no chão que fazia às vezes de banheiro. Próximo à primeira casa dos Simm ficava a ferrovia e uma indústria de madeira, naquele momento administrada pelos ex-empregados e cujas máquinas garantiam o fornecimento de energia às residências, até por volta das 22 horas, quando era interrompido.
Devido à distância entre Rolândia e Barbosa Ferraz, era comum que Arnaldo e filho Nenzo passassem a maior parte do tempo na serraria, voltando para casa uma vez por mês ou em casos de urgência. Enquanto isso, a matriarca Olinda permanecia na cidade, cuidando da casa e dos demais filhos. Com a ajuda da prole, Olinda também fazia flores artificiais, as quais eram vendidas pela filha Serena em Rolândia, Apucarana e Arapongas. Nestes tempos, as compras a fiado no armazém Casa Panamá eram comuns – afinal, o dinheiro era pouco e as bocas a alimentar eram muitas.
Em Rolândia, Arnaldo e Olinda Simm criaram seus filhos, que por sua vez também tiveram filhos, netos e bisnetos. As sementes plantadas há 70 anos no norte do Paraná, terra conhecida pela fertilidade, seguem se espalhando por diversos estados e países.
Nota do editor:
Texto adaptado do capítulo XIII do livro “Famílias Simm – Vivendo a História”, de Meno Simm.