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Rolândia e a polêmica do aniversário em 28 de janeiro

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A professora Cláudia Portellinha Schwengber defende a data como a correta e pontua suas justificativas por meio de pesquisas históricas

A Professora Cláudia Schwengber com seu livro Aspectos (…)

Rolândia completa nesta sexta, 28 de janeiro, 78 anos de sua emancipação política. Se ainda estivéssemos sob o aniversário de 29 de junho, início da construção da primeira casa, estaríamos caminhando para o nosso 88º aniversário. Para auxiliar no resgate histórico e também nessa polêmica, o JR falou com a professora Cláudia Portellinha Schwengber, autora do livro “Aspectos Históricos de Rolândia”, lançado em outubro de 2003.

“As minhas pesquisas sobre o relato do histórico de Rolândia tiveram início no tempo de Orlandino de Almeida. Na época participei de um concurso sobre a história de Rolândia, venci e o prêmio seria a publicação de um livro do assunto, porém o prazo foi muito pequeno para fazer uma pesquisa tão importante e não deu certo (…). Durante quase 30 anos fiquei pesquisando e somente em 2003 é que tive oportunidade de editar o livro, mas foi bom, pois este está bem melhor do que aquele primeiro”, lembra.

Na obra, ela aborda que a comemoração no dia 29 de junho já foi alvo de uma grande polêmica. Em toda sua história, Rolândia já comemorou seu aniversário em quatro datas diferentes. Primeiramente no dia 28 de janeiro, data em que ocorreu a instalação do Município, no ano de 1944. O dia 28 de janeiro ficou mantido até 1962, quando a Câmara de Vereadores, transferiu, sem nenhum fundamento histórico, a data de aniversário para 27 de novembro, alegando ser uma data sem a concorrência de aniversários de cidades da região.

Já em 1974, durante a gestão do prefeito Orlandino de Almeida, o aniversário de Rolândia volta a ser comemorado na data da emancipação política, ou seja, no dia 28 de janeiro. Porém, no ano de 1974, as comemorações ocorreram no dia 19 de março, dia do padroeiro da cidade. Tempos depois, as comemorações retornaram para o dia 27 de novembro.

A escolha do dia 29 de junho foi feita em 1984, quando a Câmara de Vereadores sugeriu a transferência da data com base em farta documentação apresentada por Manoel Flores Segura. A justificativa para a alteração foi o início da construção da primeira casa em Rolândia (Hotel Rolândia) no dia 29 de junho de 1934.

O livro de Cláudia Portellinha também traz algumas curiosidades sobre o surgimento de Rolândia. Como os primeiros lotes agrícolas, que foram vendidos a imigrantes japoneses em 1932. O primeiro edifício construído, “Hotel Rolândia”, era de propriedade de um russo, Eugênio Larionoff, concluído pelo carpinteiro Tolmitt em 15 de janeiro de 1935. O 1º morador da cidade foi Pedro Rosa, um brasileiro arrendatário do Hotel Rolândia.

Para a autora o dia 28 de janeiro é, sim, a data correta em que se deve ser comemorado o aniversário da cidade. “É realmente algo muito polêmico, porque a data correta realmente é a emancipação política, porque é quando ele deixa de ser distrito, e deixa de pertencer a outro município. Até então, Rolândia não era um município, não era uma cidade, era apenas uma vila. Então é a partir da emancipação política que ela se transforma em uma cidade com tudo que tem direito”, afirma a pesquisadora.

A professora ainda comentou sobre e a troca do nome de Rolândia, que antes chama-se Caviúna, e que ocorreu no dia da instalação dessa mesma data, no dia 28 de janeiro de 1944. “Diziam na época que essa foi uma exigência do ex-prefeito de Londrina, mas não foi. Na verdade o presidente Getúlio Vargas pediu que todas as cidades com o nome de origem germânica, ou de qualquer país que pertencesse ao eixo, deveriam ter o nome trocado. Assim Rolândia passou a chamar-se Caviúna”, recorda.

Segundo ela, essa mudança, em 2014, feita pelo então prefeito Johnny Lehmann, falecido em 25 de março de 2018, com a definição da data em 28 de janeiro foi uma medida correta. “Acredito que na época ele percebeu também a necessidade do retorno nessa data no dia 28, que eu acho que foi bem justo. Essa é a minha opinião de historiadora que gosta pesquisar, e há anos estudo sobre o assunto. Sou formada em história pela UEL, e fui professora durante anos, e também trabalhei durante anos na Casa de Cultura”, concluiu Portellinha.

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