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Prótese mamária para mulheres mastectomizadas

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Projeto busca criar próteses mamárias externas de silicone personalizadas em 3D para mulheres que passaram por mastectomias

Os professores Felipe Arruda Moura e Juliane Cristina Leme

Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em parceria com outras instituições e financiado pelo Programa de Pesquisa para o SUS (Sistema Único de Saúde) e pelo International Development Research Center (IDRC) Gendered Design in Steam Program – Canadá, estão conduzindo um projeto inovador e inspirador intitulado ‘Desenvolvimento e Avaliação de Prótese Mamária Externa produzida por manufatura aditiva para Mulheres Mastectomizadas’.


O projeto é liderado por uma equipe de pesquisadores dedicados que estão empenhados em melhorar a qualidade de vida e a autoestima de mulheres que passaram por mastectomias. São eles o Prof. Dr. Felipe Arruda Moura; a Profa. Ms. Juliane Cristina Leme; o Prof. Dr. Rodrigo Martins de Oliveira Spinosa; a Profa. Dra. Angelica Lodovico; a Profa. Dra. Maria Elizete Kunkel e a Profa. Dra. Roberta Targa Stramandinoli Zanicotti.


De acordo com a professora, mestre e doutoranda Juliane Cristina Leme, o objetivo principal desse projeto é criar próteses mamárias externas de silicone personalizadas para mulheres que passaram por mastectomias. Para isso, utiliza-se tecnologia de escaneamento e impressão 3D.


“Em geral, aproximadamente 80% das mulheres usam prótese externa de mama por algum período, mas, no Brasil, 44% das mulheres mastectomizadas e usuárias de próteses externas demonstraram insatisfação com suas próteses. Por isso, a ideia principal do projeto é produzir uma prótese externa de mama de silicone customizada para cada mulher, usando escaneamento e impressão 3D”, explicou Dra. Juliane.


Segundo os pesquisadores, cerca de 36% das mulheres diagnosticadas são submetidas a mastectomia, no qual o tecido mamário é removido completamente para tratamento ou prevenção do câncer de mama.


Apesar de existir uma lei que prevê em todas as instituições do SUS o direito da mulher à realização da reconstrução da mama no mesmo procedimento cirúrgico da mastectomia quando houver condições técnicas, aproximadamente 70% das mulheres não fazem a cirurgia de reconstrução de mama por falta de infraestrutura, número de cirurgiões treinados, risco de infecção e outras complicações. Nesses casos, o uso de próteses externas pode ser uma alternativa para a reabilitação após a mastectomia.


Essas próteses são projetadas para serem uma solução customizada, levando em consideração a anatomia e as necessidades específicas de cada paciente, com o intuito de proporcionar não apenas uma recuperação física, mas também emocional. O projeto teve início com a preocupação do Prof. Dr. Felipe Arruda Moura em relação à falta de pesquisas em biomecânica que levassem em consideração as especificidades do corpo feminino. “A partir dessa preocupação, surgiu a ideia de investigar a influência de diferentes suportes e calçados esportivos nos movimentos dos seios e da coluna vertebral durante a caminhada e corrida, com foco nas mulheres”, afirma Dr. Felipe.


Posteriormente, a equipe estabeleceu parcerias com outros pesquisadores e iniciou o desenvolvimento da prótese mamária externa personalizada. O processo envolve a aquisição da forma da mama da paciente, modelagem 3D, impressão 3D em material plástico de origem orgânica chamado PLA e pigmentação do silicone para combinar com a cor da pele da paciente.

Impacto nas mulheres
O projeto vai além da pesquisa científica e da tecnologia avançada. Ele tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida das mulheres que enfrentam a perda da mama devido ao câncer de mama. A perda da mama não é apenas uma questão física; também afeta profundamente a autoestima, a imagem corporal e a feminilidade das mulheres, frequentemente levando a sentimentos de mutilação e depressão.


As próteses mamárias externas personalizadas desenvolvidas nesse projeto visam mitigar esses desafios emocionais, proporcionando às mulheres uma solução que não só restaura a aparência, mas também a confiança e a autoestima. Além disso, o projeto tem um foco especial em pesquisar e atender às necessidades específicas das mulheres, uma área frequentemente negligenciada nas pesquisas de biomecânica.


O financiamento para o projeto é provido pelo Programa de Pesquisa para o SUS, uma iniciativa que conta com a colaboração do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria da Saúde do Paraná. Além disso, o projeto recebe apoio do International Development Research Center (IDRC) Gendered Design in STEAM Program – Canadá.

Quem pode participar
Em meados de 2022, o projeto começou a coletar dados de mulheres mastectomizadas, e o desenvolvimento metodológico da prótese foi publicado em uma revista científica internacional chamada Clinical Biomechanics. Atualmente, a fase de avaliação da prótese está em andamento, e o projeto está recrutando mulheres interessadas em participar.


Mulheres entre 18 e 60 anos que passaram por mastectomia unilateral e mantiveram o outro seio estão convidadas a participar. A aquisição do formato do seio preservado é feita para criar o molde e a prótese personalizada. Além disso, será realizada uma avaliação do efeito do uso da prótese na coluna vertebral durante a caminhada.

Contatos
Serão necessários de dois a quatro encontros e as coletas serão realizadas no Laboratório de Biomecânica Aplicada (CEFE) na UEL. Para mais informações entre em contato com a doutoranda Juliane Cristina Leme por meio do telefone (43) 99618-3574 ou através do [email protected]. Para conhecer mais, basta acessar @lab.biomecanica no Instagram.

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