Ministério da Educação anunciou a manutenção das escolas especializadas, apesar da ADI que questiona o modelo de educação especial ainda estar no STF

O ano de 2025 tem sido um dos mais difíceis da história do movimento das APAEs em todo o Brasil. Desde o início do ano, as instituições especializadas enfrentam uma série de desafios e tentativas de mudanças nas políticas públicas que colocaram em risco a continuidade do atendimento às pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
Entre os principais desafios estiveram a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada contra o modelo de ensino especializado, a PEC 52, que buscava alterar a forma de repasse de recursos para a educação especial, e o decreto presidencial publicado em 20 de agosto, que previa mudanças na política nacional de educação inclusiva, ameaçando diretamente a existência das escolas especializadas mantidas pelas APAEs.
Essas medidas provocaram forte reação no país, especialmente no Paraná, que abriga uma das maiores redes de APAEs do Brasil e é referência nacional em atendimento e gestão. A Federação das APAEs do Paraná, junto com presidentes e diretores das instituições, mobilizou prefeitos, deputados e a sociedade para defender o direito das pessoas com deficiência de receber um atendimento adequado e personalizado, respeitando suas limitações e potencialidades.
As APAEs e Coirmãs da região de Londrina tiveram papel de destaque nessa mobilização. O presidente Luiz Eduardo Gazzi, que também é coordenador regional das APAEs da região de Londrina, participou de várias reuniões em Curitiba e Brasília, levando a voz das famílias e alunos atendidos pela instituição. “Foram meses de incertezas, noites sem dormir e muita angústia, mas sempre acreditamos na força do nosso movimento. Lutamos para garantir o que é direito das pessoas com deficiência: uma educação de qualidade, feita com amor e respeito”, afirmou Gazzi.

Depois de muita pressão e diálogo, nesta semana o Ministério da Educação voltou atrás e anunciou a manutenção das escolas especializadas, reconhecendo a importância do trabalho realizado pelas APAEs em todo o país. Apesar da boa notícia, o movimento segue atento: a ADI que questiona o modelo de educação especial ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, há confiança e esperança. “Nós acreditamos que também venceremos essa batalha. A APAE deve ser respeitada, porque representa o maior movimento filantrópico do mundo, formado por milhares de voluntários que dedicam suas vidas à causa da pessoa com deficiência”, reforçou Gazzi.
Com essa decisão e a união de todos, o sentimento é de vitória e renovação. A rede apaeana segue firme em sua missão de promover a inclusão, o desenvolvimento e a cidadania das pessoas com deficiência. “Essa vitória não é só da APAE de Rolândia, é de todas as famílias, alunos e profissionais que acreditam na causa. Mostramos que, unidos, somos mais fortes”, finalizou Gazzi.



