Greve começou na segunda (3), mesmo com suspensão judicial; Seed diz que 87% dos colégios não aderiram ao movimento e APP afirma que 70% dos docentes de Londrina estão em greve
Os professores e professoras da rede estadual de ensino do Paraná iniciaram uma greve na segunda-feira (3), apesar de uma decisão judicial que restringe a paralisação. A Procuradoria-Geral do Estado havia ajuizado uma ação cível para suspender o movimento.
A Secretaria de Estado da Educação (SEED) ainda está contabilizando a adesão à greve, mas afirmou que cerca de 87% dos colégios não aderiram ao movimento. De acordo com cálculo da APP-Sindicato, de Londrina, cerca de 70% dos docentes da cidade aderiram à paralisação, que é por tempo indeterminado.
Em Rolândia, até o momento, todos os colégios da cidade optaram por não aderir à paralisação. No Colégio E. CM. Prof. Francisco Villanueva, Colégio E. CM. Prof. José Alexandre Chiarelli, Colégio Estadual Padre José Herions, Colégio E. CM. Presidente Kennedy e Colégio Estadual Souza Naves, a informação é de que alguns professores decidiram participar da greve, mas as aulas com outros docentes continuam normalmente.
Os professores estão reivindicando reajuste e reposição de perdas salariais, além de se manifestarem contra o projeto Parceiro da Escola, que prevê gestão administrativa compartilhada em 200 escolas estaduais. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), o projeto pode privatizar os colégios e interferir na gestão pedagógica, pois empresas privadas trabalham por metas.
O governo do Paraná nega essas alegações, afirmando que as mudanças se referem apenas à parte administrativa e de infraestrutura, e que a gestão pedagógica continuará sendo responsabilidade do diretor da rede estadual. O governador Ratinho Junior (PSD) declarou que o projeto está tramitando em regime de urgência devido a prazos que o governo precisa cumprir antes de implantar o modelo em 2025, caso seja aprovado.
No sábado (1º), a Justiça suspendeu a greve, classificando-a como ilegal e estabelecendo uma multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento. No entanto, a APP-Sindicato afirmou que não foi intimada e que a greve está mantida, acusando o governo de práticas antissindicais e falta de diálogo.
O projeto Parceiro da Escola, que começou a tramitar em 27 de maio, visa garantir uma gestão técnica nas unidades educacionais. A gestão administrativa será feita por empresas com expertise em gestão educacional, enquanto a gestão pedagógica continuará a cargo dos diretores da rede estadual. O projeto prevê ainda que a Secretaria de Estado da Educação (Seed) poderá remanejar servidores do quadro efetivo que optarem por relotação.
O modelo não será implantado em instituições de ilhas, aldeias indígenas, comunidades quilombolas, da Polícia Militar do Paraná, unidades prisionais, prédios privados cedidos ou alugados de instituições religiosas (salvo previsão específica) e escolas que participem do Programa Cívico-Militar.