Dicas para pais e educadores se adaptarem à lei que proíbe uso do aparelho nas escolas
A recente aprovação da Lei 15.100/25, que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e particulares durante aulas, recreios e atividades extracurriculares, trouxe desafios para pais, professores e gestores. Como ajudar as crianças e adolescentes a se adaptarem a essa mudança?
De acordo com a psicóloga Claudia Cantero, o uso excessivo de celulares pode trazer sérios prejuízos ao aprendizado. “O celular, em sala de aula, pode afetar diretamente a capacidade de concentração dos alunos, aumentando a ansiedade e reduzindo o desempenho escolar. Quando as crianças e adolescentes ficam o tempo todo conectados, se distraem com facilidade e deixam de focar nas tarefas escolares”, explica. Ela ainda alerta que o uso excessivo do aparelho pode interferir em atividades essenciais para o desenvolvimento saudável, como o sono, a prática de esportes e a socialização presencial.
Por outro lado, Claudia enfatiza que a restrição do uso de celulares nas escolas pode trazer muitos benefícios. “Ao restringir o uso do celular, os alunos conseguem se concentrar mais nas aulas e têm a chance de maior interação com seus colegas. Durante os intervalos, é esperado que aumente a frequência de brincadeiras e atividades ao ar livre, promovendo uma socialização mais saudável e criando momentos importantes para o desenvolvimento social”, afirma.
Ela complementa que essa medida traz ganhos não só no ambiente escolar, mas também fora dele, ao estimular a prática de atividades físicas e recreativas que foram prejudicadas pelo tempo excessivo em frente às telas.
A psicóloga também destaca a importância da orientação dos pais nesse processo de adaptação. “Os pais devem ser exemplos no uso da tecnologia, mostrando aos filhos o equilíbrio entre o uso de celulares e o tempo dedicado a outras atividades. Eles podem começar avaliando quanto tempo seus filhos passam no celular e estabelecendo regras claras, como proibir o uso durante as refeições ou antes de dormir. Explicar os benefícios dessas limitações, como o impacto positivo no aprendizado e na saúde mental, ajuda as crianças a entenderem a importância dessas regras”, orienta Claudia.
Além disso, reforça a necessidade de os pais estarem atentos às emoções dos filhos. “É normal que surjam frustrações e resistência, mas o diálogo e o acolhimento são essenciais. Criar um ambiente de confiança, onde os jovens se sintam à vontade para compartilhar suas dificuldades, ajuda a lidar com a ansiedade e outras questões relacionadas ao uso excessivo da tecnologia. A paciência é fundamental para que a adaptação aconteça de maneira saudável e equilibrada.”