Atleta de Rolândia é o primeiro judoca brasileiro a ter três medalhas olímpicas (bronze em 2012, 2016 e 2024) e o judoca mais velho da história a subir no pódio
O judoca de Rolândia, Rafael Silva ‘Baby’, entrou, definitivamente, para a História do Esporte e do Judô brasileiro: Rafa, aos 37 anos e dois meses de idade, é o judoca mais velho da História a ir ao pódio e é o primeiro judoca brasileiro a ter três medalhas olímpicas. O judoca, da categoria peso-pesado (+ 100kg), ganhou bronze em Londres-2012, Rio-2016 (no individual) e em Paris-2024 (por equipes).
“Achei que a equipe estava muito unida. Cada um entregando seu melhor. Brasil tinha chance de medalha. Acho que algumas categorias do individual, a gente podia ter rendido um pouquinho mais. A gente lutou hoje para ter esse resultado como equipe. O Brasil merecia esse momento: encerrar Paris com chave de ouro nesse momento histórico com quatro medalhas. É muito bonito”, comemorou Rafael Silva.
“Encerro minha participação olímpica individual com uma derrota, mas olho para trás com uma carreira em que consegui muitos resultados. Tenho bastante orgulho de fazer a quarta Olimpíada e, mesmo com a derrota, aprender muito com esse processo e com tudo o que fiz para chegar até aqui”, afirmou Rafael Silva. “Em Olimpíadas é minha última participação. Não sei se levo mais um pouquinho participando de algumas competições nacionais, mas com certeza estou muito próximo da aposentadoria”, pontuou o judoca.
Com a medalha de bronze por equipes, Rafael Silva se tornou o judoca mais velho da história a ir ao pódio: 37 anos e dois meses. A marca era do alemão Arthur Schnabel, que tinha 36 em 1984. Baby se tornou, ainda, o primeiro homem do judô brasileiro a ter três medalhas olímpicas, superando Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, todos com duas.
Na disputa por equipes, Rafael derrotou o sérvio Kukolj, marcando um dos pontos da vitória do Brasil por 4 a 1.
Baby tem, ainda, quatro pódios no Mundial (uma prata e três bronzes). “Acho que foi um legado bom, falando da categoria pesado. Foram duas medalhas olímpicas e quatro mundiais. Acho que consegui inspirar atletas a entrarem no judô, a gostar de esporte olímpico. Espero ver outros pesados aí quebrando meus recordes, superando as medalhas olímpicas”, ressaltou Rafael, antes de ganhar a sua terceira medalha e tornar a quebra de seus recordes mais difícil.
Rafael Silva fez sua primeira competição pela Seleção Brasileira de Judô em 2007 e, desde então, são 17 anos entre os principais nomes mundiais do peso pesado masculino. Além dos bronzes olímpicos e das medalhas mundiais, conquistou mais de 50 pódios no circuito da Federação Internacional de Judô.
Baby demonstrou que sua intenção é continuar no esporte, seja na parte administrativa ou na parte técnica, para desenvolver o judô, principalmente a sua categoria. O judoca de Rolândia acredita que é necessária a participação de ex-atletas nesse processo. “Já tive discussões homéricas com Guilheiro sobre isso”, concluiu Rafael Silva. Guilheiro, a quem Rafael se referiu, é Leandro Guilheiro, medalhista olímpico e que trabalha no clube Pinheiro, em São Paulo, mesmo local em que Baby trabalha e por quem compete.
Medalha inédita
Para chegar à medalha inédita por equipes, o Brasil bateu o Cazaquistão por 4 a 2 e classificou-se às quartas-de-final, onde parou na equipe da Alemanha, em confronto definido na luta de desempate (4 a 3). Mas, na repescagem, recuperou-se com autoridade e bateu a Sérvia por 4 a 1 para chegar à disputa do bronze, onde enfrentou a Itália, que perdeu para o Japão na semifinal. No confronto decisivo, o Brasil venceu a Itália por 4 a 3 e conquistou a inédita medalha por equipes.
Apoio da família
Quem esteve em Paris para apoiar Rafael foi a tia Eliana Palmira da Silva, que tirou uma foto segurando a (3ª) medalha de bronze do judoca. A esposa Bruna também estava na França.
Rafael deve vir nos próximos meses para Rolândia para visitar seus familiares. Além de Eliana, Rafa tem a vó Palmira Camargo da Silva e a tia Sirlei Igalcione Martins, irmã de Eliana.O judoca também tem um tio em Curitiba, Edson Martins, e a tia Sônia Maria Salvaterra em São Paulo, onde Rafael mora.