Cristina Pieretti fala de parceria com uma empresa de Maringá para coletar o material; atualmente todo isopor coletado é enterrado

A vereadora Cristina Pieretti (PP) quer implantar um Projeto de Lei para fazer reciclagem de isopor no municĂpio de Rolândia. A ideia dessa iniciativa existe desde 2015 e agora, em 2022, a parlamentar pretende finalmente pĂ´r em prática. “Na Ă©poca, eu havia conhecido uma empresa chamada Santa Luzia que fazia rodapĂ©s e outros produtos derivados de isopor. Agora como vereadora, tenho mais acesso a várias coisas e consigo ir atrás de empresas e parcerias”, ressalta.
Nessa pauta, na segunda-feira, 31 de janeiro, a vereadora e as servidoras do municĂpio, Beatriz Redondo e Carolina Koch, ambas engenheiras ambientais, estiveram em Maringá para conhecer a empresa NCM Isopores, que faz a reciclagem do material. Na oportunidade, foram recepcionadas por Naor Carvalho, proprietário da empresa.
Na visita, Naor explicou um pouco do processo de reciclagem do material, que atualmente vem de várias cidades da regiĂŁo. “O material Ă© moĂdo, derretido e prensado. Posteriormente Ă© enviado para Santa Catarina, para a empresa Santa Luzia, que produz rodapĂ© pisos ecolĂłgicos, entre outros produtos utilizando o isopor reciclado”, explicou Naor Carvalho.
“A visita tambĂ©m tinha como objetivo colher informações sobre a possibilidade da realização de uma parceria com nosso municĂpio, para que a empresa receba o material produzido em Rolândia, como embalagens de frios, isopores de produtos eletrĂ´nicos, marmitas, entre outros, e promova a devida reciclagem”, afirma Cristina Pieretti.
O tempo de decomposição do isopor Ă© considerado indeterminado – alguns fabricantes indicam que o material nĂŁo Ă© biodegradável, nĂŁo se desintegra, nĂŁo desaparece no ambiente e nĂŁo contĂ©m gás CFC. Ou seja, em tese, ele pode durar para sempre. PorĂ©m, por ser um derivado de plástico, ele tende a se degradar aos poucos. Se for descartado incorretamente, com o passar do tempo, no meio ambiente, o plástico do isopor tende a se quebrar, dando origem ao microplástico, que possui a capacidade de absorver compostos quĂmicos tĂłxicos, como agrotĂłxicos, pesticidas e metais pesados, como mercĂşrio e chumbo, presentes principalmente nos rios, lagos e oceanos.
Nesse sentido, a vereadora fala da importância dessa ação ambiental no municĂpio. “O que seria descartado, muitas vezes de forma irregular ou no aterro sanitário, teria sua destinação correta, promovendo uma considerável redução no impacto ambiental, uma vez que o isopor demora atĂ© 400 anos para degradar e hoje Ă© um dos produtos que mais poluem a natureza. Estou esperançosa pela evolução desta parceria, Ă© uma luta que tenho desde 2015 e tudo indica que chegará ao fim”, destacou a parlamentar Cristina.
Na situação da demanda do material reciclado ser maior do que o esperado, a vereadora explica que tambĂ©m há outras possibilidades de reciclar esse isopor antes de encaminhá-lo. “Se a gente tiver um volume de isopor muito grande, a empresa Santa Luzia vai doar para o nosso municĂpio um triturador de isopor, que ficará em bolinhas pequenas. Mas no começo, vamos começar a estudar o quanto o municĂpio de Rolândia tem de isopor, quanto a gente fabrica, quanto tempo demora para encher um caminhĂŁo, e como faremos esse transporte atĂ© Maringá”, explica.
Cristina Pieretti deve apresentar o projeto de lei na primeira sessĂŁo ordinária de 2022, no dia 21 de fevereiro, determinando que Rolândia faça a reciclagem de isopor. “Mas enquanto isso nĂŁo acontece, o Meio Ambiente já está separando o isopor que chega atĂ© o aterro sanitário e vamos levar atĂ© Maringá. Fiz um ofĂcio Ă Santa Luzia pedindo por bags para colocar o isopor. Vamos ver”, explicou. “A ideia Ă© termos um local de coleta, por exemplo, para grandes quantidades. Uma pessoa que compra uma geladeira já teria um lugar para levar. Vamos ver isso com o secretário de Meio Ambiente, Audinil Maringonda Junior”, concluiu a parlamentar.
Como ressaltou Cristina anteriormente, todo o isopor coletado atĂ© hoje no municĂpio de Rolândia, que nĂŁo Ă© pouco, vem sendo enterrado, dia apĂłs dia. Está na hora de isso realmente mudar. A Natureza agradece.