Bem, vamos lá, eu nĂŁo tenho dĂşvidas de que todas as pessoas no mundo vivem para fazer o melhor que podem com tudo o que a vida oferece. Mas vamos pensar com exemplos, aquele cara que ninguĂ©m consegue ficar muito tempo perto (o famoso chato), o marido que sente que nĂŁo tem autoridade com seus filhos (e sofre em silĂŞncio), aquela moça que vive inquieta e querendo que tudo fique rigorosamente no lugar, a esposa angustiada porque precisa exageradamente da atenção do marido, a famĂlia que superprotege os filhos e nĂŁo consegue perceber que todos pagarĂŁo por isso mais cedo ou mais tarde, etc, etc, etc.
Desde o cara que não consegue controlar sua irritação até o cara que sente que a vida é uma maravilha (todos) tem algo em comum: todos fazem o melhor que podem com o que está ao seu alcance. Não importa qual seja o caso, a vida desgraçada ou a vida tranquila sempre serão construções: precisam de alicerce, paredes, telhado, acabamento, manutenção, reforma e, jamais, estarão plenamente finalizadas, exatamente como a vida de cada um de nós.
Tá, mas e da� Como assim o melhor que eu posso fazer é o que me faz sofrer? Parece estranho e contraditório, mas é isso mesmo. Embora ninguém escolha sofrer, assim como ninguém escolhe ter dificuldades, porque as pessoas continuam fazendo as mesmas coisas que as prejudicam? Por que continuam repetindo os mesmos erros, produzindo as mesmas consequências desastrosas para si e para os outros? Por que não conseguem aliviar as tensões que aprenderam a sentir?
As pessoas precisam de acolhimento para aprender a lidar com as suas questões, precisam de chĂŁo para a construção de suas paredes, precisam de telhado para enfrentar toda dificuldade que possa haver. Chuva ou sol, tempestade ou brisa sempre haverá, mas como lidamos com eles será sempre um esforço pessoal, Ă© o que conseguimos fazer, Ă© tambĂ©m onde reside o trabalho que Ă© construĂdo em psicoterapia.
Guilherme Poiani Ă© psicĂłlogo clĂnico, especialista em Neuropsicologia e SaĂşde Mental. Atende na CLINIMED – SaĂşde Integrada, na rua Estilac Leal 77 – Rolândia. O fone Ă© o  (43) 3255-1717.