A Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rolândia está fazendo uma campanha entre seus doadores para aumentar o valor de doação até fevereiro. A razão é bem simples: a compra de merenda para os mais de 200 alunos da instituição.
“O problema é que o Governo do Paraná parou de repassar recursos da merenda para as Apaes do Estado. Nosso último repasse foi em outubro de 2015”, relembra Neiva Puzzi Moser, presidente da Apae Rolândia e secretária da Feapaes (Federação das Apaes do Estado do Paraná). Anteriormente, o Estado repassava produtos para a Apae, mas, em 2015, passou a repassar recursos para que a Associação comprasse a merenda. Em 2015, foram três parcelas de R$ 4.485,00, ou seja, pouco mais de 13 mil por ano. Desde outubro, nada é repassado.
De acordo com a secretária da Feapaes, que tem uma reunião com o governador Beto Richa no dia 25 de novembro, as Apaes cobraram o Núcleo Regional de Educação. “Informaram que estavam sem tempo pra orçamento e licitações e que repassariam a verba”, afirmou Neiva Moser. O ano foi passando e nada do repasse. “Em setembro disseram que o governador iria assinar o convênio e repassar todo o valor de uma vez. Até agora nada”, ressaltou a secretária. Além do repasse, o Governo Estadual entregava produtos da Agricultura Familiar, que também sumiram em 2016.
A reportagem do JR entrou em contato com o Núcleo Regional de Educação de Londrina, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta sobre o assunto.
Repasse da prefeitura
A Apae também recebe um repasse da prefeitura de Rolândia no valor de R$ 15 mil por ano, ou sejam R$ 1.250,00 por mês. “Esse valor é repassado em produtos já licitados ou de pregões e diminui o nosso poder de compra”, reclama a presidente da APAE. “Se fosse em dinheiro, compraríamos em locais mais baratos e mais quantidade”, salientou.
Para se ter uma ideia, na terça-feira (08) o preço da carne moída de 2ª era R$ 13,29 o quilo, pelo pregão o valor subiu para R$ 16,49. “Perco mais de 3 reais por quilo”, afirmou.
O JR entrou em contato com o Setor de Licitação da prefeitura de Rolândia para falar sobre o caso e foi informado que a licitação e pregões são para o ano todo e as empresas participantes fazem uma previsão e não sabem se o produto irá abaixar ou subir.
A Licitação afirmou que espera que há uma lei no Jurídico da prefeitura e que em breve deve ser enviada para a Câmara de Vereadores. Se aprovada, essa lei permitirá que microempresas entrem nos pregões e que apenas empresas de Rolândia participem dos processos. Dessa maneira, será mais fácil verificar preços e cobrar das empresas participantes, além do dinheiro girar dentro do município.