Os pesos pesados brasileiros brilharam e garantiram uma dobradinha inédita para o país no Campeonato Mundial de Judô, que acontece em Budapeste. David Moura conquistou a prata e Rafael Silva “Baby” foi bronze no +100kg. Foi a primeira vez na história que o judô brasileiro colocou dois atletas da mesma categoria no pódio do Mundial.
Líder do ranking mundial e, portanto, cabeça-de-chave número um, David fez uma luta tática contra Teddy Riner na final, o placar seguiu inalterado até o segundo minuto do golden score, quando Riner conseguiu projetar David por ippon e conquistar o seu nono título mundial. O vice-campeonato Mundial foi o primeiro pódio do brasileiro em competições deste tipo.
Riner passou também por Rafael Silva nas quartas-de-final, superando o brasileiro por ippon. Antes de duelar com a lenda francesa, Baby havia passado por Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, por ippon; Daniel Natea, da Romênia, por um waza-ari; e, nas oitavas, por Faicel Jaballah, da Tunísia, por ippon. Na repescagem, Rafael foi mais agressivo e forçou três punições ao austríaco Daniel Allerstoffer para a avançar a disputa pelo bronze contra Barna Bor.
Na luta que valia medalha, o gigante brasileiro forçou uma punição a Bor, a segunda do húngaro, no golden score e calou o ginásio em Budapeste, que torcia em peso pelo anfitrião na última oportunidade de os húngaros conquistarem uma medalha no Mundial em casa.
“Foi um ótimo dia. Tive boas lutas e o resultado mostra que estamos muito fortes nessa categoria. É um privilégio ter dois pesados no pódio mundial e para mim é muito bom começar o ciclo com o uma medalha em mundial. É difícil se manter num alto nível de rendimento, sempre estando entre os melhores e estou muito feliz de continuar brigando para chegar em 2020 em condições de lutar bem. Foi um Mundial bem atípico, com muitos atletas novos, atletas medalhistas olímpicos que subiram da categoria de 100kg. Para mim é uma honra muito grande conseguir um pódio nesse Mundial”, comemorou Baby. “Na repescagem foi uma luta bem complicada. O austríaco surpreendeu, ganhou de adversários fortíssimos, com volume de luta bem alto. E depois a disputa de medalhas com o adversário da casa, que é um amigo pessoal também. Eu tive a experiência de lutar no Rio com a torcida a favor e aqui totalmente o oposto. Ainda bem que deu tudo certo e eu consegui a medalha.”
Essa foi a terceira vez que Rafael Silva subiu ao pódio do Campeonato Mundial. Ele agora tem uma prata (Rio 2013) e dois bronzes (Chelyabinsk 2014 e Budapeste 2017).