O leilão da Falida Berger Empreendimentos Imobiliários foi marcado para o dia 10 de novembro e colocará à venda 79 imóveis, a maioria de terrenos, principalmente no jardim Vale Verde, em Rolândia. Esse leilão é aguardado há mais de uma década por trabalhadores do Curtume Berger, que entraram na Justiça para receber seus direitos quando a empresa fechou. O primeiro leilão está marcado para às 13 horas do dia 10 e será no centro cultural Nanuk. Se necessário, o segundo leilão acontece no dia 24, no mesmo horário e local (veja a lista dos imóveis nas páginas 20 e 21).
Entenda
Os bens do Curtume foram vendidos, por cerca de R$ 5 milhões, mas esse dinheiro, que está depositado na CAI-XA, não será revertido à massa trabalhadora, mas será usado em processo de restituições à empresa Rio São Francisco, à União e ao Banco do Brasil. “Essa determinação é decorrente de decisões do TJ-PR, do STJ e do STF”, explicou o advogado João Dionysio Neto, síndico da Massa Falida do Curtume. “Recorri a todas as instâncias para defender os empregados”, ressaltou o advogado. Processos restituitórios dizem respeito a contratos fechados em dólar e também às contribuições da Previdência.
Sabido que o dinheiro do Curtume iria apenas para os restituitórios, o síndico fez um trabalho com os advogados dos trabalhadores do Curtume para que, nas reclamatórias trabalhistas, fossem pedida a inclusão do polo passivo da Massa Falida Berger Empreendimentos Imobiliários Ltda. “Isso quer dizer que quem não receberá do Curtume terá a chance, mesmo que proporcional, de receber mais à frente da Berger Empreendimentos”, esclareceu João Dionysio.
O síndico também revelou que a Massa Falida entrou com um pedido para que o juiz mandasse reavaliar os lotes que serão leiloados. O juiz Marcos Rocha indeferiu o pedido, mas o Ministério Público de Rolândia deve recorrer ao Tribunal de Justiça através de agravo de instrumento. “Tudo indica que teremos dificuldades para esse leilão ocorrer dia 10 de novembro”, alertou o advogado João Dionysio.
O síndico acredita que a preferência do uso do dinheiro fruto desse leilão será dos empregados – a Berger Empreendimentos é a única empresa do grupo que tem patrimônio para ser leiloado. “O grande objetivo meu como síndico é pagar os empregados”, afirmou João Dionysio. “Depois do leilão, vai haver um quadro geral de credores e, depois da arrematação, haverá dinheiro e meu empenho é que paguemos os credores do grupo Berger, que não receberão do Curtume e têm a única chance de receber na Empreendimentos”, explicou o síndico. O leilão deve gerar algo em torno de R$ 5 milhões e centenas de trabalhadores aguardam por esse “acerto”. Só para entender, apenas o Curtume Berger deve mais de R$ 2,8 milhões em dívida trabalhista. “O quadro geral de credores em junho de 2015 era de mais de R$ 48 milhões, apenas do Curtume Berger”, afirmou o síndico João Dionysio.
O síndico também lembrou que é auxiliar do síndico da Massa Falida Berger Empreendimentos – o síndico é o advogado Horácio Negrão. “Estamos juntos e queremos que se venda a massa pelo melhor preço e nossa preferência é de pagar empregados. Essa é a nossa luta”, finalizou João Dionysio.