Síndrome do Pânico – por Dra. Isabella Gouveia

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Imagine de repente começar a sentir dor no peito, coração acelerado, suor frio, falta de ar e sensação estar sendo sufocado, tontura. Tudo isso de uma maneira tão intensa que parece que você vai morrer. Então você procura um pronto socorro, é submetido a diversos exames, e o médico lhe diz que você não tem nada. Depois de alguns dias, essa crise volta, sem aviso, talvez até mais forte, e você começa a se preocupar se não está perdendo o controle, se não está “enlouquecendo”.

Assim é a Síndrome do Pânico, ou Transtorno de Pânico, que se caracteriza pela presença de ataques de pânico recorrentes e inesperados. O ataque ou crise de pânico é um surto abrupto de medo intenso que alcança o pico em minutos e que leva o indivíduo a crer que está a ponto de morrer ou de ficar louco. O desconforto é muito grande, e vem acompanhado de vários sintomas físicos. Além dos já citados, pode haver tremores, sensação de asfixia, náuseas ou dores abdominais, calafrios, formigamentos. É comum também os sintomas chamados de desrealização, quando parece que a realidade está sendo destorcida, ou de despersonalização, quando há uma sensação de estar distanciado de si mesmo. Esses ataques surgem sem desencadeantes, ou seja, eles parecem vir do nada. Podem acontecer em casa, no trabalho, na escola, até quando se está relaxado ou dormindo – o paciente já acorda passando mal.

Os pacientes que sofrem de pânico estão sempre preocupados se de fato não vão perder o controle, enlouquecer, ou ter um ataque cardíaco. Qualquer sintoma físico, qualquer dor, qualquer sensação corporal pode ser suficiente para desencadear uma crise de ansiedade e a preocupação de ter um novo ataque.

Uma característica importante da Síndrome do Pânico é que, como as crises são tão intensas, o paciente passa a ter medo de ter outras crises, e começa a evitar situações que ele acredita estarem relacionadas com o surgimento dos ataques. As atividades vão ficando mais restritas, o paciente pode deixar de trabalhar, de estudar, de sair de casa, com receio de ter um ataque. Por isso a Síndrome do Pânico está associada a níveis altos de incapacidade social, ocupacional e física. Pode surgir, algumas vezes, um quadro chamado de Agorafobia, que é o medo de estar em qualquer local ou situação onde seria difícil escapar, caso comece a passar mal, como lojas grandes, túneis, barcos ou multidões. É comum que o Pânico esteja associado também a quadros depressivos ou a outros transtornos psiquiátricos.

Para se fazer o diagnóstico de Pânico, é importante que se exclua todas as causas clínicas para os sintomas, ou seja, é importante fazer uma avaliação clínica, cardiológica e algumas vezes até neurológica, para se ter certeza de que os sintomas de fato são de causa psiquiátrica. O tratamento é feito com medicações e também com psicoterapia, que se torna fundamental no processo de readaptação do paciente no trabalho, na família e no seu ambiente social.

Isabella Gouveia é médica psquiatra e atende na Otocentro (Willie Davids 390, sala 25)

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