O Conselho Municipal de Meio Ambiente de Rolândia (Comdema) quer que a revisão do Plano Diretor do município coloque diretrizes mais firmes contra a expansão imobiliária. A decisão foi comunicada à secretária de Planejamento, Catarina Schauff, e também aos secretários Paulo Gaffo (Serviços Públicos) e Luiz Antônio Soares (Agricultura e Meio Ambiente) durante a reunião ordinária do Conselho, realizada na noite de quarta-feira (21) na sede do Sindicato Rural. O “recado” foi repassado, ainda, aos vereadores Alex Santana, Maria do Carmo, João Gaúcho e Edileine Griggio, que estavam presentes no encontro.
Os conselheiros e conselheiras querem que haja estudos ambientais e a criação de uma Zona de Amortecimento próxima de matas, rios e ribeirões. A solicitação foi motivada pela série de boatos de um loteamento próximo da Mata do Suíço, que fica ao lado da Pousada Marabu, um refúgio ecológico e preservado há mais de 80 anos pela família Saegesser. “Vamos solicitar à Universidade Estadual de Londrina um estudo daquela área”, afirmou Dora Consani, secretária do Comdema.
A secretária Catarina Schauff foi questionada pelos presentes sobre o possível loteamento naquela região. Catarina afirmou que foi procurada por uma loteadora que lhe pediu as diretrizes do Plano Diretor. “Não as passei porque ainda não nos passaram essas diretrizes que estarão na revisão do Plano Diretor de Rolândia”, ressaltou a secretária. As diretrizes serão repassadas pelos técnicos do Itedes (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social), responsáveis pela revisão do Plano Diretor Municipal.
Catarina disse que conversou com o professor Fernando Fernandes, do Itedes, que se mostrou preocupado com a conservação desses mananciais. “Esse vazio urbano precisa ser loteado de forma muito responsável: pouco adensamento, lotes grandes ou chácaras”, ressaltou Catarina. “O professor vai passar para o Planejamento um CD com as diretrizes para analisarmos e discutirmos na secretaria com as pessoas interessadas antes de dar um ok final para o Itedes”, resumiu a secretária.
Os conselheiros querem que essas diretrizes levem em conta um estudo ambiental naquela região. “Há árvores centenárias, mais de 60 espécies de aves e o ribeirão Cafezal responsável por 40% do abastecimento de Londrina”, relatou o conselheiro Daniel Steidle. A secretária Dora lembrou que já foi enviado um pedido para estudos e zonas de amortecimento aos técnicos do Itedes há mais de um ano.
Plano Diretor
No dia 14 de março, uma quarta-feira, será realizada a terceira e última Audiência Pública da revisão do Plano Diretor de Rolândia. A reunião deve acontecer no centro cultural Nanuk, como as duas anteriores, ou na Câmara de Vereadores. A questão das diretrizes deve ser um dos mais discutidos e polêmicos dessa Audiência.