Você já parou para pensar como será sua vida daqui três anos? Essa foi a proposta do projeto “Cápsula do Tempo”, realizado com 170 alunos do 6° e 9° ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual José Alexandre Chiarelli, de Rolândia, sob orientação da professora de Ciências Egláia de Carvalho, 33 anos. As cartas da cápsula, que foi enterrada no colégio no dia 26 de março, foram escritas pelos alunos para seu “eu” do futuro. “Eles escreveram quem são os amigos, quais as músicas que gostam, os lanches e sua rotina escolar para eles abrirem em 2021 e verem o quanto mudou, o quanto eles cresceram e evoluíram”, contou a professora. Além disso, os alunos também descreviam suas expectativas para o futuro.
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Tudo começou no início das aulas, quando a professora apresentou aos alunos o seriado de TV sobre astronomia “Cosmos”. “Em determinado momento, aparece uma cápsula em que os humanos enviaram com algumas produções do planeta Terra, para caso encontrassem vida fora da Terra em outro planeta, eles poderem saber que aqui também tem vida”, explicou Egláia. Os estudantes se interessaram e propuseram que eles fizessem sua própria cápsula do tempo. Depois de conversas com os alunos e outros professores, foi estabelecida a data de abertura da cápsula: 13 de outubro de 2021. “Os alunos do 6° ano estariam no 9° ano e meus alunos do 9° ano que participaram estariam terminando o Ensino Médio”, explicou.
A ideia cresceu e os pais também foram convidados a participar do projeto, contando seus “desejos e esperanças” para daqui três anos. “Eu enviei o convite e achei que ia ter uma adesão pequena e, para minha surpresa, os pais vinham na escola entregar as cartas para os filhos”, revelou Egláia. As cápsulas ainda contem fotos das turmas.
“Coloquei na legenda o nome completo dos alunos para eles localizarem as cartinhas. Eles também estão preocupados, caso algo ocorra, e querem que as cartas sejam entregues para as mães”, revelou Egláia. “É pesado ouvir isso de um aluno do 6° ano”, confidenciou. “Eu comecei a corrigir o português em algumas cartas, mas parei porque comecei a ficar muito emocionada com as coisas que eles escreveram”, contou. “Eles colocaram a vivência deles”, acrescentou o diretor Cleber Toledo do Nascimento.
O projeto ainda despertou a curiosidade de 40 professores e funcionários que também fizeram cartas para si que serão abertas também em 2021. Cleber destacou a relevância do trabalho, que atingiu não só os alunos como também seus familiares. “A maior dificuldade nossa enquanto escola é conseguir resgatar a família”, afirmou. O projeto trabalhou na ampliação da visão de mundo dos estudantes e ajudou a criar a consciência da importância dos estudos também entre a família. “Para as crianças, o futuro deles é a escola”, concluiu o diretor. “Estamos trabalhando uma perspectiva de futuro”, declarou Egláia.