Rolândia inaugura sua 1ª biblioteca contêiner

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    Na tarde da segunda (09), alunos, professores, comunidades e autoridades rolandenses prestigiaram a inauguração da biblioteca em contêiner da Escola Municipal Sebastião Feltrin, na Vila Oliveira, a primeira do tipo em Rolândia. Na verdade, a biblioteca é um dos dois módulos pré-moldados, edificados ao lado da quadra coberta da escola – o outro módulo abriga uma sala de materiais esportivos e pedagógicos.
   A diretora da escola, Selma Regina Rodrigues Silva, afirmou que a comunidade escolar está contente com o contêiner, amplo e climatizado. “Essa biblioteca é muito bem-vinda, porque abriu uma sala com mais vagas”, ressaltou. A implantação da biblioteca liberou uma sala de aula, que disponibilizou 30 vagas em período integral para a escola. Além dos discursos das autoridades, os alunos do 5° ano, liderados pela professora Quitéria, prepararam uma apresentação musical especial que abrilhantou a inauguração. De acordo com a diretora, a biblioteca conta com cerca de 2 mil exemplares.
    O secretário de Educação, Claudio Martins, acrescentou que, no próximo semestre, mais uma sala de aula estará disponível na escola. “A outra sala que foi desocupada, hoje está ocupada com a informática, mas será transferida para onde era a antiga sala de artigos esportivos e pedagógicos, prevista para julho”, explicou. Claudio também adiantou que a biblioteca receberá uma TV multimídia com acesso à internet. O secretário e a diretora agradeceram o empenho de todos os envolvidos no projeto e instalação dos contêineres do Feltrin.
    O secretário Claudio ressaltou que os estudos prosseguem e as bibliotecas em contêiner serão implantadas em outras escolas. A próxima inauguração será na Escola Municipal Dr. Vitório Franklin, que não conta com espaço físico de biblioteca e, portanto, não liberará sala de aula. Na sequência, a escola Maria Teixeira George deve receber também a sua biblioteca em módulo pré-moldado.

Curiosidade
    A biblioteca foi nomeada de “Carolina Maria de Jesus”, escritora brasileira que era negra e da periferia. Carolina (1914-1977) era catadora de lixo e nas horas vagas, lia muitos livros e revistas, que muitas vezes encontrava trabalhando. Durante seu discurso, a diretora Selma destacou que entre os nomes de escritores apresentados aos alunos para batizar a biblioteca, Carolina foi quem mais se destacou, por seu exemplo de vida. “Isso mostra para a nossa comunidade que não precisa ser rico para ler, através da vontade da pessoa, ela pode crescer profissionalmente”, declarou Selma.
    Em 1958, Carolina teve seu diário publicado sob o nome Quarto de Despejo, com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um enorme sucesso e chegou a ser traduzido para quatorze línguas. Postumamente, foram publicadas as obras Diário de Bitita, Meu Estranho Diário, Antologia Pessoal e Onde Estaes Felicidade. “Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos”. A metáfora é forte e só poderia ser construída dessa forma, em primeira pessoa, por alguém que viveu essa condição. O trecho está no “Quarto”, que vendeu mais de 100 mil exemplares, foi traduzido em 13 idiomas e vendido em 40 países.

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