Johnny Lehmann: o amigo, o cidadão e o político

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    Depois de 32 dias do falecimento de Johnny Lehmann, ocorrida no domingo 25 de março, o JR conversou com pessoas que conviveram com o ex-prefeito em diversas fases de sua vida, seja ela política ou não. O ex-prefeito faleceu dois dias depois de completar 74 anos de idade, vítima de um câncer. João Mungo, José Danilson, Renato Sartori e Maria Luiza Müller mostram um pouco desse homem-político que marcou Rolândia nas últimas décadas.

    Filho de Hans W. Lehmann e Karen Ana Dagmar Lehmann, João Ernesto Johnny Lehmann nasceu em Blumenau (SC) em 23 de março de 1944. Iniciou na política como secretário de Esportes na gestão de Orlandino de Almeida, na década de 1970. Foi eleito prefeito de Rolândia em 2008 e 2012; cumpriu o primeiro mandato (2009-2012) e não terminou o seu segundo, ficando à frente do Executivo de 2013-2015. Em 2015 teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após ser condenado, no Fórum Eleitoral, em 2012, por utilizar dinheiro público para propaganda eleitoral. Acusação que sempre negou.

    Amigo leal e sonhador (João Mungo)

    Com 40 anos de amizade, João Mungo lembrou que Johnny tinha muito carinho, planos e projetos para Rolândia. “Ele sonhava alto e queria fazer”, contou Mungo. O amigo considerou que sua principal característica era a produtividade. “Ele resolvia tudo na hora com a espontaneidade dele e a participação em tudo, era fantástico”, recordou.
    Mungo, que conviveu com o ex-prefeito no Rotary, na Maçonaria e no Clube dos Gatos, grupo de amigos que se reúne semanalmente às sextas-feiras, destacou que Lehmann era muito participativo. “Ele tinha ideias muito boas, foi um rotariano de primeira linha, um grande maçon, um grande amigo, conviver com o Johnny foi um privilégio”, destacou o amigo.

    Um companheiro de política otimista (Maria Luiza)
    Maria Luiza Muller, ex-vereadora, foi amiga do ex-prefeito desde a juventude e diz se recordar dele sempre ativo na liderança dos trabalhos e atividades em que se envolveu. “Lembro dele em todos os lugares, sempre participando com a comunidade”, contou. As características mais expressivas que a amiga relembrou do ex-prefeito foram a alegria e o otimismo. “O Johnny deve ter chegado no céu sorrindo”, brincou. “Ele nunca perdeu sua ousadia diante de uma encruzilhada ou de uma decisão”, afirmou. Maria Luiza fez questão de ressaltar que o ex-prefeito foi amado e cuidado por sua família até o fim da vida. “Eu lamento que muitas pessoas não puderam o conhecer de perto e conviver com Johnny Lehmann”, destacou.
    O Fundo Municipal de Cultura, que atualmente financia diversos projetos culturais, foi lembrado pela ex-secretária de Cultura de Lehmann, como uma das idealizações do ex-prefeito. Ela destacou ainda sua dedicação ao poder público. “Ele tinha o trabalho como um prazer, para ele, vir a Prefeitura e participar de todos os eventos da administração pública e estar junto com o povo”, declarou. Maria Luiza lembrou que mesmo antes de ser prefeito, ele conseguiu a UTI para o Hospital São Rafael, que atualmente não está mais em funcionamento. “Johnny tinha um foco especial para o desenvolvimento e para dar destaque a cidade”, apontou a ex-vereadora.

    Paixão por ser prefeito (Renato Sartori)
    O ex-vereador Renato Sartori foi eleito em 2008, na mesma eleição em que Johnny venceu para prefeito pela primeira vez. Durante dois anos, Sartori foi líder de Lehmann na Câmara Municipal e acompanhou de perto a rotina dele no comando do Executivo. “Vi uma das coisas mais impressionantes, que era o amor que Johnny tinha por ser prefeito de Rolândia, ele tinha verdadeiramente uma paixão”, definiu.
    Sartori considerou a administração do ex-prefeito um período de grande aprendizado pessoal e crescimento do município. “Principalmente nestes dois primeiros anos, conseguimos produzir junto com a nossa equipe, coisas que até hoje Rolândia colhe os frutos”, ressaltou. O ex-vereador lembrou do legado de Lehmann, seu respeito aos servidores públicos e liderança em prol de Rolândia. “O Johnny era um entusiasta, queria ver as coisas acontecendo e tinha um poder de liderança grande, fazendo com que as pessoas se mobilizassem em torno de seus projetos”, destacou.

    Visionário e empenhado (Danilson)
    O ex-presidente da Câmara Municipal, José Danilson, conheceu Lehmann no fim dos anos 80, mas eles se aproximaram mais nos anos que antecederam as eleições municipais de 2008, em que Danilson já estava na presidência da Câmara e Lehmann articulava sua candidatura ao Executivo, que contou com o apoio do partido do então vereador.
    Quando ele se tornou prefeito e Danilson – reeleito vereador – continuou na presidência da Câmara, eles firmaram uma boa relação de perspectivas para Rolândia. Ele recordou as negociações para a instalação da Selmi, como hoje ela tem um impacto positivo na economia municipal e as moradias populares conquistadas no seu governo. “Johnny era um prefeito visionário, hoje, as inaugurações que estão acontecendo na cidade e as obras que ainda estão chegando começaram no governo dele”, lembrou. Danilson visitou o ex-prefeito poucos meses antes de seu falecimento. “Rolândia perdeu muito com a morte do Johnny, ele era uma pessoa que podia produzir muito ainda pelo município”, afirmou.

    O episódio da cassação
    Em 2012, Danilson foi candidato a vice-prefeito na chapa da reeleição de Johnny. Apesar de terem vencido as eleições, por questões jurídicas, o mandato foi muito turbulento e constantemente assumido pelos presidentes da Câmara, até a decisão definitiva pela cassação da chapa, em 2015. O ex-vereador lembrou que Johnny sempre quis provar juridicamente sua inocência neste processo. “O Johnny não foi cassado por corrupção, não tem desvio de um real da administração dele para poder cassá-lo”, opinou. “Houve-se uma denúncia em que o Johnny abusou de fotografias em um determinado jornal na cidade, ele foi absolvido pela denúncia de abuso de poder econômico e foi condenado por abuso de poder de imprensa pelo mandato anterior, foi cassado quando exercia seu segundo mandato”, detalhou Danilson.

 

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