Conselho de Promoção da Igualdade Racial ainda não “existe”

  1. Home
  2. /
  3. Notícias Antigas
  4. /
  5. Conselho de Promoção da...

    O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Rolândia, que passou por várias tentativas de oficialização em 2017, neste ano, segue promovendo apenas ações esporádicas. Fabio Amorim, integrante do grupo envolvido na criação do conselho, explicou que, no ano passado, eles enfrentaram barreiras na realização da Conferência de Promoção da Igualdade Racial, passo fundamental para que o Conselho fosse de fato ativado.

    A principal alegação é que a secretaria de Educação, que abarca a comissão, não possuía recursos para promover a Conferência. Como relatou Fabio, até pediram que o conselho fosse realocado para a secretaria de Cultura e Turismo para promoverem a conferência pelo Fundo Municipal de Cultura. O membro do grupo justificou que a Conferência nem teria custos. “Seria uma tarde para nós debatermos um plano de promoção da igualdade racial para ser implantado na cidade durante dez anos com análises anuais do que foi atingido ou não”, explicou. Apesar desse impasse burocrático, o Conselho ainda realiza ações como, por exemplo, palestras em colégios estaduais, que foram realizadas no final de 2017.

    A realização da Conferência já não é o grande foco do Conselho para 2018. “Nós queríamos fazer no ano passado porque ainda estava dentro das datas para a gente poder ter representantes na conferência estadual e nacional”, justificou Fabio. “O Conselho conseguiu trabalhar e fazer algumas coisas sem precisar ter uma diretoria, fazer a conferência”, afirmou.

    A ativação do Conselho, portanto, segue parada, mesmo que eles já tenham regimento interno e estatuto. Com isso, também não há recursos para ações no município. “Para conseguir verbas, a gente deve ter também o plano municipal e diversas outras questões para trazer o fundo municipal de igualdade racial, são coisas que levam anos e sabemos que o poder público agora não vai ter interesse”, esclareceu. O plano para o futuro do Conselho é a mobilização. “Queremos mobilizar pessoas de fora para trazer algumas palestras sobre cotas raciais nas escolas e fazer um mutirão para inscrições do vestibular”, revelou Fabio.

    13 de maio: dia de luta
    Neste domingo, 13 de maio, é lembrado como o dia da assinatura da lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil. No entanto, a data não é comemorada pelos negros e nenhuma ação será realizada em Rolândia. “É um dia de luta e não de comemoração”, destacou. “A gente sabe que 30 anos antes tinha sido aprovada uma lei que proibia o comércio de escravos e o Brasil continuou com vários escravos e em 1888 teve a abolição, que na verdade, nada mais foi do que a confirmação da ascensão do capitalismo. O Brasil resolveu fazer uma lei de algo que, na verdade, não tinha mais sentido”, apontou Fabio, no panorama histórico do país. Com a “libertação”, os negros ex-escravizados foram jogados nas ruas, sem nenhum tipo de direito, e seus proprietários foram indenizados pelo Governo pela perda da “mercadoria”.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

VEJA TAMBÉM: