Na manhã de quarta (09), o Núcleo de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde e Cultura da Paz de Rolândia se reuniu no Centro Cultural Nanuk para discutir os números da violência na cidade e os modos de enfrentá-la. Rafael Dias, coordenador do núcleo, explicou que o órgão está vinculado à Vigilância em Saúde e as reuniões são realizadas a cada 45 dias.
O núcleo é composto pelas secretarias do município, Polícia Militar e Civil e Corpo de Bombeiros. O núcleo era bem antigo e foi reativado em 2016. “Desde então, temos feito essas reuniões, chamando a população e a sociedade civil organizada para que possamos discutir essas violências, propor e tomar medidas novas”, explicou Rafael.
Eles alimentam um banco de dados com os casos de violência registrados na cidade. “Isso tem permitido que a gente quantifique e enxergue de forma bem objetiva como isso está no município”, justificou. A Polícia Civil repassa as notificações que são incluídas neste levantamento.
Violência nos bairros
A parceria com a Polícia Civil começou em agosto de 2017 e, até dezembro do mesmo ano, conseguiu levantar quase 300 notificações de várias formas de violência em Rolândia. Em 2018, de janeiro a abril, foram registrados 102 casos. “Isso nos auxilia muito para entender onde essas violências acontecem no município, traçar um mapa dessas violências e poder tomar medidas direcionadas”, explicou Rafael. As medidas envolvem ações principalmente nas áreas de Saúde e Educação.
No ano de 2017, o total de notificações de violência levantadas no banco de dados do núcleo foi de 297 casos. A maior afetada pela violência foi a mulher, vítima em 211 desses casos. O bairro com mais casos foi a Vila Oliveira, com 33 registros. Em seguida está o Centro, com 27 casos, Novo Horizonte (17) e Santiago (16).
Em 2018, dos 102 casos, 73 correspondem à violência contra a mulher. Desta vez, o Centro tomou o posto de bairro com mais casos: foram 16 até o dia 17 de abril. Logo em seguida, está a Vila Oliveira (12) e o Novo Horizonte (11).
Formas de violência – Os dados do primeiro quadrimestre de 2018 foram esmiuçados e revelam que o tipo de violência mais comum é a física, com 100 registros. Uma vítima pode sofrer mais de uma violência e em seguida, os dados apontam 56 casos de violência psicológica/moral, cinco casos de tortura e três de violência sexual. O maior meio de agressão ainda é a força corporal e espancamento, com 88 casos. Logo em seguida está a ameaça, contida em 39 casos.
O parentesco com o agressor também surpreende quem não está acostumado com esse tipo de violência. Apesar de 25 casos de violência terem sido praticados por um desconhecido, o número de casos de agressão que envolvem relacionamentos amorosos ainda ficam na frente. São 24 casos de violência praticada pelo cônjuge e mais 17 por ex-cônjuge, totalizando 41 incidentes.