A polêmica do fechamento da escola municipal do distrito do Bartira entrou em discussão na reunião do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), realizada na noite de terça-feira (17) no centro cultural Nanuk. Rosecleia Vieira Ferreira, moradora do Bartira há 16 anos, é contrária a atitude do poder público e fez vários apontamentos em relação à situação durante a sua fala na reunião.
Cleia é uma das responsáveis pelo abaixo-assinado contra o fechamento da escola que circula pela cidade e pelos distritos de São Martinho e Bartira. “Vimos que a população, de modo geral, abomina essa atitude com a escola. Não só a população, até os vereadores mesmo se posicionaram e assinaram nosso abaixo-assinado, porque não concordam”, afirmou. A princípio, as atividades da escola seriam encerradas no mês de julho, mas com pressão popular, houve uma flexibilização. Mesmo assim, a redução de um período durante o segundo semestre de 2018 também foi criticada pela moradora. “Foi retirado o contraturno, que é o reforço para as crianças que mais precisam”, lamentou.
“O que conseguimos de positivo foi que as crianças pelo menos terminassem o ano letivo na escola, porque pela secretaria de Educação, eles seriam arrancados da sala e jogados em outras salas em São Martinho, que dá de 12 a 15 km do distrito, nem falando do sítio ainda que é outro trajeto que as crianças fazem”, relatou Cleia. A segurança das crianças no transporte, que fica mais longo, também é uma preocupação. Os alunos da escola do Bartira já têm transporte e, de acordo com a secretaria de Educação, continuarão tendo – a diferença ficará apenas no destino.
O principal argumento da secretaria de Educação, de que o gasto por aluno é muito elevado, também foi rebatido pela moradora. “Esse aluno vai custar mais do que um aluno em uma escola de 700 alunos. Mas do mesmo jeito que ele vai ter um custo maior, um médico que atende no nosso postinho tem um atendimento menor do que um médico que atende no jardim Nobre, por exemplo”, comparou. “Mas então não vamos ter direito a atendimento médico lá porque custamos mais para o município?”, disse. Cleia defendeu ainda que as despesas com energia e água sejam melhor apuradas. A moradora ressaltou que a escola tem mais de 60 anos no distrito. “Tem dinheiro que pague a falta que essa escola vai fazer na comunidade?”, questionou.
Os membros do Conselho devem juntar a reivindicação dos moradores do distrito às duas caminhadas que o Comtur irá fazer no próximo mês, nos dias 11 e 26.
Os apontamentos e as reivindicações dos moradores, além do abaixo-assinado, serão entregues aos vereadores, ao Ministério Público e à Secretaria de Educação de Rolândia.
A reportagem do JR procurou a Educação para falar sobre os comentários da moradora, mas o órgão está em recesso e só retorna no dia 23.