Denúncias, e casos, de violência doméstica crescem em Rolândia

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    Há três meses, Rolândia conta com um Serviço de Atendimento Especializado a Mulher (SAEM). Neste período, Juliana Peixoto, servidora municipal cedida para o atendimento específico ao público feminino, calcula que já atendeu aproximadamente 150 casos de violência contra a mulher. Em março, ainda sem o atendimento do setor, o delegado Bruno Rocha relatava trinta casos de violência contra a mulher registrados por mês.

    Para Juliana, o número de denúncias não corresponde ao número real de casos, porque muitas mulheres ainda têm medo de denunciar. “Já trabalhei em CRAS e acredito que não é só esse número de mulheres que são agredidas”, afirmou. Mesmo assim, ela acredita que o setor ajudou a inspirar segurança para que as vítimas possam fazer denúncias pelo Boletim de Ocorrência ou pelo 181. Ela assegurou que as vítimas de violência podem procurar o atendimento com a garantia que estarão seguras. “O SAEM é uma escuta individual e especializada, a pessoa pode vir e não precisa ter medo, ou fazer a denúncia anônima pelo 181”, aconselhou. “A denúncia não fica só no papel, a vítima será ouvida e amparada, judicialmente e psicologicamente”, afirmou.

    O SAEM mostra sua efetividade pelos números. “Desses 150 casos aproximados que atendi, cerca de 130 já foi feita a medida protetiva, que não estão demorando mais de dois dias para sair e se for necessário, o agressor é afastado do lar”, explicou Juliana. Até o momento, nenhuma mulher precisou ser encaminhada para abrigos da região. “As vítimas devem procurar a Delegacia para que a justiça seja feita”, recomendou.

    Acolhimento e acompanhamento a vítima
    A Secretaria Municipal da Mulher foi reativada pouco tempo antes da criação do SAEM e promove junto ao setor, um acolhimento integrado à vítima de violência doméstica. Os casos oriundos de Boletins de Ocorrência, denúncias pelo 181 e os atendidos pelo SAEM são encaminhados à secretaria após o atendimento na delegacia. 
    “Conversamos para ver o que nós, como instrumento público, podemos contribuir, se ela já é assistida pelo CRAS ou CREAS, se tem atendimento com psicólogo, se a promotoria de justiça já encaminhou um advogado ou se precisa da nossa intervenção”, detalhou a secretária Adriana Palmieri.
Outros casos vêm por demanda espontânea, quando a vítima procura a secretaria ou até mesmo um hospital e as 
    Unidades Básicas de Saúde (UBS). Quando isso acontece, a secretaria orienta e até mesmo acompanha a vítima à delegacia para que sejam feitos os trâmites jurídicos. Em seguida, ela recebe o acolhimento oferecido pelo poder público. Adriana ainda lembrou que alguns casos são demandas de outros municípios, porque o fluxo de pessoas na cidade é grande e muitas vezes a vítima tem ligação de parentesco ou trabalho com Rolândia.

    Casos de violência

    Conforme foi levantado pelo Núcleo de Prevenção de Violências e Promoção da Saúde e Cultura da Paz, de janeiro a julho de 2018, foram registradas 175 notificações de violência a mulher, contra 71 casos de violência contra homens. É importante lembrar a violência pode ser física, psicológica e sexual. Os cônjuges são os maiores agressores, sendo responsáveis por 44 casos e outros 23 de ex-cônjuges. Em seis casos o agressor era ex-namorado(a) e em outros quatro, é namorado(a). Sete gestantes também foram vítimas de violência: duas no primeiro trimestre de gestação, quatro no segundo e uma no terceiro.

    O SAEM funciona em uma sala exclusiva e mobiliada dentro da Delegacia da Polícia Civil (Av. Castro Alves, 2315), atendendo as mulheres vítimas de violência doméstica (Lei Maria da Penha). O horário de funcionamento é das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h, de segunda a sexta. O telefone é o 3255-1883 e as ligações anônimas e denúncias devem ser feitas no 181.

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