Na sessão ordinária da Câmara da segunda-feira (13), os rolandenses puderam conhecer o projeto de uma usina que separa o lixo reciclável, o orgânico e o rejeito, único material que deveria ir para o aterro sanitário. Angelo Felipe Rando, engenheiro ambiental, e Jhiohasson W. Ribeiro Taborda, advogado que representa a empresa, utilizam a Tribuna Livre da Câmara de Rolândia para falar sobre a Usina de Triagem de Resíduos Sólidos da empresa Sinertec.
A empresa tem um projeto-piloto em Colorado, em que a usina, instalada em um barracão de 300m² tem capacidade para processar até 100 toneladas por dia. Com base nesta experiência, o advogado calculou a diminuição dos rejeitos com o reaproveitamento. “Cerca de 55% disso é rejeito orgânico, que pode ser reaproveitado através da compostagem. Mais ou menos 30% é reciclável e o trabalho de reciclagem de Colorado é muito bem feito. Sobram 15% de rejeito, que deve ter a destinação final enterrando ou destinando para o aterro”, detalhou Jhiohasson.
O projeto já foi apresentado à secretaria de Meio Ambiente de Rolândia e para que a máquina seja instalada, é preciso autorização do poder público e a realização de todos os trâmites burocráticos. “Estamos tentando mostrar que existem outros projetos além de se enterrar o lixo. Se a administração achar que nosso projeto se adéqua à realidade de Rolândia, que faça a concessão e o procedimento licitatório”, afirmou o advogado.
Além de ser um benefício para o ambiente, a usina também traz um bom retorno econômico ao atuar em parceria com cooperativas de recicladores, gerando mais renda para esses trabalhadores e movimentando a economia municipal. Além disso, o investimento de aluguel da máquina é de cerca de 70% do gasto com o aterro.
Condema
Em sua rede social, Daniel Steidle, do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), escreveu sobre a usina de triagem. “A tecnologia de separar o lixo talvez tenha melhorado. No entanto o problema fundamental da geração do lixo não foi atacado. Com essa ‘nova’ possibilidade de triagem/separação, vai ser melhor para os operários do lixo e para a vida útil do aterro, mas a população ficará desmotivada a fazer a sua parte”, escreveu o ambientalista, que assistiu à apresentação na Câmara.
“Na verdade nunca se pode falar apenas de uma solução e sim de uma integração de soluções. Geralmente o empresariado, a exemplo do CEMPRE (Compromisso Empresarial de Reciclagem), está mais interessado em ‘manter’ o problema para continuar no negócio. (…) O debate é importante, mas precisa sair das esferas comercial e política e realmente ser debatido com a sociedade e com a academia”, finalizou Steidle.