A PolĂcia Civil de CambĂ© indiciou o motorista Renan Irmer, de Rolândia, por homicĂdio com dolo eventual pela morte de Gregory Huyus de Oliveira, de 25 anos, e Daniela Aparecida Rodrigues Moraes, de 23. O casal, que tinha casamento marcado para dezembro, estava em uma motocicleta e foi atropelado na noite de 8 de setembro no semáforo da Bratislava, na BR-369, em CambĂ©. Os dois morreram na hora e um laudo apontou que eles foram arremessados a 68 e a 75 metros do local da batida. O inquĂ©rito policial foi concluĂdo pelo delegado de CambĂ©, Roberto Fernandes de Lima, no dia 10 de dezembro. O dolo eventual acontece quando a pessoa assume o risco de matar.
De acordo com informações recolhidas, a polĂcia encontrou indĂcios de que Renan dirigiu apĂłs beber e tambĂ©m excedeu o limite de velocidade da pista. Há um relatĂłrio que aponta que o Peugeot que ele dirigia estava a 110 km/h em um local que tem velocidade máxima de 40 km/h. O inquĂ©rito aponta que o motorista participava de um racha quando atingiu a motocicleta, parada no semáforo – conclui-se que Renan assumiu o risco de poder causar a morte de alguĂ©m.
Mais indiciamentos
O motorista também foi indiciado por fugir do local do acidente para escapar da responsabilidade penal ou civil, por violar a suspensão ou proibição do direito de dirigir – Renan estava com a CNH vencida -, e por participar de racha.
Alessandro Rodrigues da Silva, advogado da famĂlia de uma das vĂtimas, Daniela, lembrou que o resultado do inquĂ©rito policial ameniza um pouco a dor sofrida pela famĂlia. “O que a famĂlia espera Ă© que o Promotor de Justiça, titular da ação penal, corrobore o entendimento da autoridade policial, submetendo os indiciados ao procedimento de JĂşri”, disse em nota.
Outro indiciado
O inquĂ©rito concluĂdo pelo delegado Roberto Fernandes de Lima, tambĂ©m indiciou o motorista que estava no outro carro que participava do racha com Renan. JosĂ© AntĂ´nio Francisco Filho foi indiciado por se afastar do local do acidente para fugir da responsabilidade penal ou civil e por participar de corrida em via pĂşblica. JosĂ© AntĂ´nio tambĂ©m vai responder por ter ajudado Renan a sair do local do crime.
O inquĂ©rito da PolĂcia Civil de CambĂ© foi para o FĂłrum e cabe ao MinistĂ©rio PĂşblico do Paraná (MP-PR) decidir se apresenta ou nĂŁo denĂşncia contra os dois indiciados.
Depoimento
Em seu depoimento, dado no dia 11 de setembro, já fora do flagrante, Renan afirmou que ultrapassou um caminhĂŁo e que nĂŁo teve tempo de desviar da motocicleta O motorista tambĂ©m disse que nĂŁo estava alcoolizado e que nĂŁo omitiu socorro – afirmou que foi socorrido pelo motorista que era amigo dele e que tambĂ©m estava machucado. Seu advogado contou que Renan fora numa festa em Londrina e que teria outro compromisso com a famĂlia e tinha que devolver o carro ao pai. Haveria, ainda, um acordo entre eles e que quem fosse dirigir nĂŁo bebe e por isso ele nĂŁo estaria alcoolizado.
As imagens captadas por câmeras de segurança de empresas prĂłximas ao local do acidente mostram os dois carros em aparente alta velocidade. NĂŁo Ă© possĂvel ver nenhum caminhĂŁo nessas imagens. O advogado de Renan disse que há outros ângulos em que Ă© possĂvel ver esse caminhĂŁo.