Secretaria de planejamento fala sobre bueiros entupidos

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O engenheiro civil da Secretaria Municipal de Planejamento de Rolândia, Claudio Metzger, falou com a reportagem do JR sobre a condição dos bueiros e galerias do município. Segundo ele, o maior problema são as bocas de lobo entupidas, que não suportam o fluxo de água quando chove forte.

Metzger explica que é difícil constatar quando há entupimentos em galerias, mas alguns pontos que são conhecidos pelo Planejamento. Os problemas na rede são mais complexos. O engenheiro relata que o entupimento das bocas de lobo ou insuficiência na captação da água é mais fácil de ser resolvido. 

Segundo Metzger, as bocas de lobo entupidas impedem a passagem da água, forçando o bueiro seguinte a engolir o fluxo de água. O problema se acentua em ruas que são descida. “Tem bocas de lobo que têm mais importância, porque estão se aproximando de baixadas em relevo acentuado”.

Os pontos mais críticos da cidade são o Conjunto Monte Carlo II, Jardim Roland, Jardim das Flores, Vale Verde, Água Verde e Terezópolis. “O volume de água se concentra nas ruas e a boca de lobo não consegue captar. Isso vai criando enxurradas fortes, que transpõem meio fio, entram em datas vazias e acabam atingindo casas”, explica Metzger. 

Para o engenheiro, a solução seria reforçar as bocas de lobo, duplicando a metragem de suas entradas. Os alagamentos constantes no município, em períodos de chuvas fortes, são resultantes da insuficiência da rede de escoamento.

Limpeza
A manutenção e limpeza dos bueiros e galerias são responsabilidade da Sanetran. Há um contrato entre da empresa com a Prefeitura do município, que prevê a manutenção da rede, dos ramais de ligação, da tubulação, postos de visita e bocas de lobo. A fiscalização desses serviços, segundo Claudio, é feita pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos. 

Soluções
Claudio Metzger relata que a medida provisória para evitar enxurradas em dias de chuva forte seria o desentupimento das bocas de lobo e da própria rede.

“O segundo passo seria um estudo mais aprofundado, que já temos em algumas partes da cidade, para saber por que a quantidade de bocas de lobo está sendo deficiente para o sistema”, explica o engenheiro.

Segundo Metzger, a Secretaria já realizou um levantamento completo no Jardim Roland. “Eu constatei que tem bocas de lobo que não estão posicionadas no lugar certo. O loteamento foi aprovado assim, não sei qual foi o modelo do cálculo. Tem boca de lobo que nem funciona”, afirma.

A metragem das bocas de lobo é calculada levando em conta a quantidade de água que pode escoar por ali, a declividade da tubulação, a distância entre um tubo e outro e a distância entre um bueiro e outro.
Em longo prazo, a solução efetiva para os entupimentos é uma avaliação de todos os loteamentos, para verificar quais são os locais com problemas e deficiência na captação de água.

O engenheiro esclarece que, em alguns casos, há problemas mais sérios, como quando a rede está entupida ou subdimensionada. Nessas situações, a solução é mais complexa. “Temos que abrir o asfalto ao longo de toda a rede, baseado em cálculo prévio, e colocar novas tubulações de reforço. É uma obra ingrata”, ressalta.

Para amenizar os transtornos de uma obra nessa dimensão, uma alternativa é acoplar o reforço da tubulação aos projetos de recape asfáltico, como é o caso do projeto para as ruas do Conjunto Monte Carlo II. “Já fizemos esse diagnóstico e, junto com o recape, vamos reforçar a tubulação e resolver esse problema”, adianta Metzger.

O profissional explica que o recurso para recape asfáltico é mais acessível do que o recurso para drenagem e, por isso, é mais prático e rápido incluir as adequações no mesmo projeto. Há um projeto semelhante para ser executado no Conjunto Gustavo Giordani.

Além dos bairros, outra grande dificuldade no município é a Avenida Presidente Vargas, que atravessa a cidade. “Tem vários pontos de alagamento”. De acordo com o engenheiro, a tubulação da avenida foi feita entre as décadas de 1940 e 1960 e é subdimensionada. As ocupações de edificações, que aumentaram ao longo do tempo, agravaram os problemas.

Para uma obra na avenida, segundo Metzger, seria necessário transpor a BR 369 e transpor a linha do trem, para mais adiante – projeto muito complexo.

Loteamentos novos
Há uma legislação que exige alguns elementos básicos para que um sistema de drenagem funcione. “Fica por responsabilidade do profissional que assina o projeto, de respeitar a lei”, esclarece Metzger.

Segundo ele, é preciso que o projetista do loteamento analise as condições do local e de lugares próximos, para definir as especificidades do sistema. “Com a renovação do Plano Diretor para 2016, vamos fazer com que o projeto de rede de drenagem pluvial se torne muito mais rigoroso”, garante o engenheiro.

As mudanças no Plano Diretor do município serão feitas com base na hidrologia, topografia e modelo urbanístico da cidade. “Vamos recalcular tudo, fazer um estudo, um mapeamento e tornar mais rigoroso”, conclui Metzger.


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