Ricardo Seidi Shigematsu está preso por ocultação do cadáver de sua filha Eduarda Shigematsu, de 11 anos de idade. Ele foi preso neste domingo (28) depois e ajudar a polícia a desenterrar o corpo de Eduarda, enterrada na garagem de uma casa desocupada, que pertence à família de Ricardo, e que fica na rua Manoel Carreira Bernardino, região central de Rolândia. Eduarda estava desaparecida desde a quarta-feira (24) e o próprio pai colocou o fato, pedindo ajuda, em sua rede social.
Ricardo deu depoimento ao delegado Ricardo Jorge, da 22ª SDP Subdivisão Policial de Arapongas, responsável pelo caso. O corpo foi localizado pelos policiais da delegacia de Rolândia, que pertence à 22ª SDP de Arapongas, e pelas equipes do Sicridi (Serviço de Investigação de Criança Desaparecida, de Curitiba, que está no caso desde a sexta-feira. “Eduarda foi encontrada com as mãos e pés amarrados, com uma camiseta e um saco de lixo na cabeça”, afirmou o delegado.
O delegado contou que ouviu formalmente, no sábado, Ricardo, a avó e a mãe de Eduarda. A mãe mora em São Paulo e Eduarda morava com a avó Terezinha (mãe de Ricardo) em um mesmo imóvel. “A vó e Eduarda moravam nos fundos e Ricardo morava na casa da frente”, revelou o delegado Ricardo. “O pai foi bastante frio em sua fala de cerca de 20 minutos e sempre falava que a filha dava trabalho e queria fugir”, ressaltou. O delegado também afirmou que a avó se contradisse algumas vezes em seu depoimento e estava bastante nervosa.
No domingo pela manhã, testemunhas informaram à polícia que tinham ouvido barulhos em uma residência desocupada na rua Manoel Carreira Bernardino no dia em que Eduarda havia desaparecida. Os policiais foram ao local checar a informação e notaram em uma garagem um chão aberto, com concreto quebrado. Os policiais começaram a cavar e logo subiu um forte odor e eles viram o pé da menina. Foi apurado que o imóvel era do pai de Ricardo e praticamente só ele tinha acesso a essa casa. Ricardo havia deixado uma caminhonete nessa residência e tinha levado vassoura e um balde. Os policiais foram até a casa de Ricardo e o prenderam em flagrante por ocultação de cadáver.
Mais detalhes
O delegado falou das imagens de câmeras que mostram Eduarda chegando na casa dela, na quarta-feira (24), por volta das 11h50, mas não há imagens dela saindo da casa. “O que vimos foi Ricardo saindo da casa com um Gol preto por volta das 13h30 e com a menina já morta dentro do carro, como ele mesmo admitiu”, revelou o delegado Ricardo. “Ele confessou a ocultação do cadáver, mas não de ter matado Eduarda”, enfatizou o delegado. Ricardo chegou com o Gol preto, ainda não encontrado, às 13h35 na residência da rua Manoel Carreira Bernardino.
Versão
Ricardo falou, em seu novo depoimento ao delegado em Arapongas, que estava sem sua casa no dia do fato e encontrou Eduarda enforcada com uma corda no quarto dela e que ela teria se suicidado. “Ele disse que ficou desesperado e amarrou o corpo e colocou nesse Gol e a levou até a casa desocupada. Ricardo afirmou que lá já tinha esse buraco, por causa de uma fossa. E que ele colocou o corpo dentro e saiu. Ele ficou aproximadamente cerca de 20 minutos nessa casa”, afirmou o delegado.
A avó
O delegado também afirmou que o Boletim de Ocorrência foi feito na quinta-feira, em torno das 11 horas, e que ele e a mãe (vó de Eduarda e guardiã da menina) o fizeram de maneira falsa, pois sabiam que ela estava morta e tinham ocultado o cadáver. “Ricardo admitiu que colocou a camiseta e o saco de lixo por não poder olhar para a filha e que a amarrou com a mesma corda que ele teria se suicidado”, revelou o delegado Ricardo. “A avó pode responder também por ocultação de cadáver, pois sabia que a neta estava morta e, mesmo assim, registrou o BO e não comunicou o fato à Polícia”, enfatizou o delegado Ricardo Jorge. O corpo de Eduarda foi levado para o IML e foi feito um exame de necropsia que irá apontar a causa da morte e possíveis outras lesões.
Eduarda foi sepultada na manhã desta segunda-feira (29) no cemitério municipal de Rolândia, depois de uma pequena oração. Familiares, amigos e professores do Colégio Estadual Pres. Kennedy, onde ela estudava, estavam muitos comovidos, assim como quase toda a cidade.