Olá, leitor e leitora do JR
Enquanto pensava o que iria escrever sobre a maternidade: a expectativa da gravidez, a beleza do parto, as dores da cesárea, os sustos dos primeiros dias, as noites de sono que nunca mais voltaram a ser as mesmas, as primeiras palavras, os primeiros passos, etc. etc. etc…. assisti a um vídeo feito pela atriz, escritora e diretora Maria Ribeiro, que eu amo, para o seu canal Histeria e resolvi transcrever parte dele aqui por falar de muita coisa que eu concordo e compartilho…segue o texto:
“A decisão de se ter ou não um filho é uma decisão para a vida toda. Você precisa pensar muito na hora de ter um filho. Pensar muito, decidir, planejar, se tem grana, se tem maturidade, mas ao mesmo tempo se você pensar muito, você não tem filho nunca.
Educar é aproveitar oportunidades. As oportunidades aparecem e você aproveita elas. Discurso não tem tanto valor. Criar um ser humano não é brincadeira. Você tem que saber que muitas vezes a criança vai dizer: “eu te odeio” e você terá que ouvir isso e saber que isso não é pessoal, uma coisa que requer uma certa maturidade, requer você saber que você não tem a idade da criança. Sacar que é bom pedir desculpa pro filho também é uma coisa muito importante e libertadora.
O primeiro mês é muito difícil. O primeiro mês da criança é um mês que você nunca mais dorme igual.
Eu amo ser mãe, agora não sei também até que ponto eu fui influenciada culturalmente. Como toda grande experiência da sua vida depois que você passa por ela você fala: caramba!!! Eu não poderia ter chegado aqui sem isso!!! Porque é muito transformador.
Ao mesmo tempo tenho muita aflição desse discurso de que se você não é mãe você não sabe de nada e coisa e tal…porque aí fica uma imposição e na verdade e tem um monte de coisa chata que ninguém conta pra gente.
Muitas vezes a gente tem filho e acha que não vai conseguir voltar pro mercado de trabalho e muitas vezes a gente acha certo, porque pra mulher é sim mais difícil. Com quem você está deixando o seu filho? É uma questão basicamente da mulher, ainda, infelizmente. Dificilmente você vai trabalhar com homens e pergunta: você está aqui…e o seu filho, está com quem?
A verdade é que a gente nunca tá pronto pra ter filho. Não tem uma idade, se bem que me achava muito mais tranquila pra ser mãe aos 32 do que antes. Tem essa coisa de você ficar mais velha e se tornar uma pessoa mais tolerante, mais paciente. Por outro lado, nós, mulheres, temos a questão do relógio biológico, que sim, é muito cruel…
…toda criança tem direito de viver em ambiente afetuoso e sem violência. Isso deveria valer para todas as crianças, mas não vale. E qual é a conta disso? Se você tem uma criança que não recebe amor na primeira infância que é de 0 a 6 anos, isso é muito sério. Nos orfanatos, quando há uma rotatividade muito grande de adultos cuidando das crianças e estas não fazem um vínculo com uma pessoa especificamente, elas crescem com uma quantidade de cortisol muito alta. Cortisol é o hormônio do estresse.
Uma criança até os 07, 08 meses não consegue saber que ela não faz parte do adulto que cuida dela. Se você é mãe e está amamentando o seu filho o tempo todo, ele não sabe que você não faz parte dele. É muito louco.
Também é lindo de ver eles crescendo e dá um aperto não só porque eles estão indo embora, mas também porque vão vindo as coisas do mundo que a gente não tem como proteger. Mas você tem que amar o seu filho. Você tem e deve cuidar do seu filho.”
Maria Ribeiro – Canal Histeria
Um Feliz Dia das Mães!
Josiane Rodrigues
(na foto com Maria)
Nessa edição, são seis matérias com Realidade Aumentada.
Boa leitura e bons vídeos.