Três colégios estaduais de Rolândia já estão sem aulas devido à greve do funcionalismo público e cerca de 80% do funcionamento das escolas rolandenses já está comprometido pela greve. Os colégios Padre José Herions, Villanueva e Chiarelli estão sem atendimento pedagógico e aulas. No Kennedy, os professores começaram a aderir e, no Souza Naves, dezenas de professores já estão em greve e o atendimento está sendo parcial.
O Lauro Portugal, em São Martinho, será visitado pela APP no início desta semana, mas há forte tendência que ele siga os demais na greve. “Vamos esclarecer que a greve existe porque o governo do Estado vem deixando de cumprir os acordos e com a data-base, propondo um pacotaço de medidas que acabam com a carreira do funcionalismo”, afirmou Marcos Fernandes, professor de História.
A greve começou no último dia 25 de junho no Paraná, especialmente pela reivindicação da reposição da perda inflacionária dos servidores, que está em 17% e foi reposta pela última vez em 2015. A proposta do governo para o funcionalismo veio somente na quarta (03) concedendo apenas 0,5% de reposição salarial em 2019, numa progressão com mais três reajustes que totalizam 5,09% até 2022. A proposta não agradou os servidores, que a consideraram injusta pela responsabilidade dos profissionais com as crianças e adolescentes e os prejuízos recorrentes da inflação.
Efetivamente, Rolândia começou a aderir à greve na terça (02), uma semana depois do início, começando pelo Villanueva. “A greve começou discreta na primeira semana, mas agora com a publicação da proposta do governo, que consideramos uma afronta à categoria, tem motivado as pessoas a aderir”, explicou Antonio Marcos Rodrigues Gonçalves, professor de Matemática e diretor da APP Sindicato da regional Londrina.
Os grevistas esperam contar com o apoio dos demais servidores e a compreensão popular. “É claro que a greve gera transtornos, mas o inconveniente maior é para o funcionalismo, que está há quase quatro anos sem receber reajuste da inflação. Isso repercute negativamente na própria economia da cidade, porque o funcionário público que deixa de receber o reajuste, poderia estar investindo esse dinheiro no comércio da cidade”, esclareceu Marcos. A última greve na Educação foi em 2016, quando escolas e universidades foram ocupadas pelos alunos.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) 04/2019 também preocupa os servidores, apesar de já ter passado por mudanças. “Queremos a retirada, porque ele congela os gastos com pessoal para os próximos 20 anos, prevê retirada de alguns direitos e condiciona as progressões e avanços à economia do estado”, justificou Antonio. “O estado só concederia os direitos se fosse atingida uma cota de 7% nesse investimento em infraestrutura. Historicamente, a média do estado é de 5%. O projeto é irrealizável na prática, só se tivesse um milagre econômico para os reajustes poderem ser aplicados”, complementou Marcos.