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Um pai que também precisa ser mãe

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    Igor Henrique Batista dos Santos tem 23 anos e é pai de Vitor Hugo Carvalho Batista dos Santos, de 5. A mãe de Vitor, Jessica, tinha apenas 15 anos e faleceu por complicações no parto, na 35ª semana de gestação, em 06 de junho de 2014. Desde então, ele está na paternidade solo e acumula o papel de “mãe” do filho. 

    Eles eram namorados e, apenas 11 dias antes do óbito, foram morar juntos. Uma madrugada, Jessica passou mal. “Perguntei o que ela estava sentido, se estava mal, e ela falou que a cabeça estava explodindo e ela estava com queimação”, relatou. Ela teve a primeira convulsão e, com a ajuda do sogro, eles correram para o hospital.  

    No caminho, ela convulsionou de novo e ao chegar ao hospital, Igor desesperou-se com a situação, mas conversou com o médico e aguardou que ela recebesse atendimento. “Fiquei fazendo a ficha dela, vi uma correria lá dentro, na porta de emergência. Depois, o médico veio me falar que teria que fazer uma cirurgia de emergência e que não sabiam o que a Jessica e o Vitor tinham”, recordou.

    A mãe de Igor também ficou com ele no hospital. “Comecei a rezar e pedir a Deus. Ela entrou na sala de cirurgia às 3h e saiu às 4h. O Vitor nasceu era 3h25 e desse horário até as 4h, eles ficaram tentando reanimá-la”, contou. Só então eles receberam a triste notícia, de que apesar de todos os esforços, não foi possível salvar a mãe. “O médico chegou em mim e disse: Sinto muito, mas a Jessica não sobreviveu, mas seu filho está em observação. Disseram ainda: o Vitor é um milagre”, relatou. Mãe e bebê estavam com pouquíssimo oxigênio. Vitor nasceu já roxo, mas respondeu às tentativas de reanimação. No laudo, foi constatado o óbito de Jessica por eclampsia. 

    Em estado de choque, Igor foi medicado com calmante. “O médico me falou: agora, você tem um menininho para cuidar e amar ele, porque você é o pai e a mãe dele”, revelou. Ele foi até o berçário e conversou com o bebê. “Eu disse: filho, o papai está aqui e vai cuidar, proteger e amar você. Ele deu um sorriso e a partir desse momento, nem precisou ficar em incubatório”, contou o pai. 

    A paternidade
    Igor teve grande apoio da família na jornada como pai. “No começo foi muito complicado. Nunca imaginei ter que cuidar do Vitor sozinho, ser um pai e mãe. Sempre imaginei a presença da Jessica, como mãe ao lado dele”, lamentou. Ele quase chegou a ter depressão pelo luto, mas conseguiu vencer pelo filho. “Tudo isso que passei, minha motivação maior foi a presença dele na minha vida”, ressaltou. 

    Vitor saiu do hospital com peso baixo, mas conseguiu acompanhamento com nutricionista e, com o cuidado do pai e da avó, se fortaleceu. “Quando voltei a trabalhar, minha mãe, tia e prima cuidavam dele e logo que eu chegava, era minha parte e minha responsabilidade de estar presente. Eu dava banho, ia trocar fralda, dava mamadeira, fazia dormir”, contou. 

    Há 4 anos, ele namora Stephanie, de 19 anos. “O Vitor é como se fosse um filho pra ela, que me ajuda a cuidar também”, afirmou. A paternidade claramente mudou Igor. “Hoje, o Vitor é tudo pra mim. É um tesouro que Deus me deu, um presente. Minha motivação para cada dia mais ser um pai melhor e mais presente na vida dele, dar carinho, amor e atenção”, concluiu. 

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