A campanha do “Setembro Amarelo”, mês de combate ao suicídio e incentivo à valorização da vida, acontece anualmente no Brasil. Como a preocupação de saúde pública também existe em Rolândia, ao longo do mês, os CAPSs (Centros de Atenção Psicossocial) que dão apoio nestas situações, irão até a cada uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Rolândia promover um dia do “Espaço Escuta” para a população. A ação começou nesta sexta (06) e será concluída somente no dia 25 de setembro.
Patrícia Silvia de Souza, psicóloga e coordenadora do CAPS II, explicou o objetivo do “Espaço Escuta” e ressaltou que toda a população, de qualquer idade, pode participar. “É um espaço no qual terão profissionais técnicos como psicólogos, enfermeiras e assistentes sociais para ouvir. Ali, se você tem uma angústia, se você já pensou nisso, se tem alguém da família que fala sobre isso e gostaria de saber mais sobre isso, é para você falar”, detalhou.
Cronograma
A primeira ação de escuta foi realizado na sexta (06) na UBS do San Fernando. Os técnicos responsáveis foram Maysa (CAPS I), Reginaldo (CAPS II) e Karla (CAPS AD). A UBS Central será contemplada na quarta (11) às 13h30 com Maria Fernanda (CAPS I), Fernanda (CAPS II) e Adma (CAPS AD).
Na próxima sexta (23) é a vez do Parigot, às 14h, com os técnicos Renata (CAPS I), Reginaldo (CAPS II) e Isis (CAPS AD). No dia 16, segunda, os técnicos Eliane (CAPS I), Renata (CAPS I) e Josiane (CAPS II) atendem a UBS do Nobre, às 10h.
No dia 18, quarta, haverá uma capacitação geral e as ações voltam dia 20, sexta, às 10h na
UBS do Tomie Nagatani. As responsáveis serão Maysa (CAPS I), Maria da Glória (CAPS II) e Simeire (CAPS AD). A UBS do Santiago terá o dia 23, segunda, às 8h30 com a presença das técnicas Eliane (CAPS I), Lissandra (CAPS II) e Nataly (estagiária do CAPS II).
A escuta na UBS do distrito de São Martinho acontecerá no dia 24, terça, às 10h com as responsáveis Jaqueline (CAPS I) e Maria da Glória (CAPS II). Fechando o ciclo está a UBS do distrito do Bartira, no dia 25, quarta, às 13h. As técnicas serão Jaqueline (CAPS I), Maria da Glória (CAPS II) e Cristina (CAPS AD). As datas também estão sendo divulgadas em cartazes em cada unidade.
Procure ajuda
Para a psicóloga, o poder público está se preocupando mais com as situações de depressão e outras que podem desencadear tentativas de suicídio, também em Rolândia. “Enquanto coordenadora, trabalhando na saúde mental do município, temos observado um aumento de pessoas que no momento de desespero procuram essa alternativa”, relatou. A recomendação é que amigos e familiares conversem e identifiquem se a pessoa apenas está deprimida ou já pensa na tentativa e orientá-la a buscar ajuda.
Em alguns casos iniciais, o rolandense pode pedir ajuda nas UBSs, que correspondem à Atenção Primária da Saúde. “Você pode procurar um agente comunitário, um enfermeiro, um médico e tentar falar sobre isso”, esclareceu Patrícia. Ela lembra que os profissionais estão preparados, já que em 2018, a ação do Setembro Amarelo orientou os profissionais de saúde em como ajudar os pacientes. “A pessoa que está desesperançosa, mas não planejou nada, pode procurar a Atenção Primária, algum amigo ou serviço não especializado para poder ir entendendo o que está acontecendo com ela”, orientou.
A partir do momento em que a pessoa começa a planejar, alguns sinais ficam mais nítidos. Nem sempre a pessoa que está cogitando a tentativa aparenta sua desesperança ficando deprimida, deixando de sair de casa e de se arrumar. “Muitas vezes ela tenta disfarçar, mas está planejando”, alerta Patrícia. O principal é notar mudanças no padrão de comportamento: quem falava pouco começa a falar muito ou vice versa. Falas pessimistas e desânimo em relação ao futuro também são fortes sinais. “E a maioria das pessoas que vão fazer a tentativa, verbalizam antes, coisas como ‘seria melhor se eu não existisse’, ‘não sei porque eu nasci’, ‘não tem saída para isso’”, relata.
Para esses casos, as melhores opções são procurar os CAPS e o Centro de Valorização da Vida (CVV), que disponibiliza o número 188 para ligações gratuitas. Através deste canal, a pessoa pode conversar com um voluntário e acalmar-se, evitando uma tentativa. “Costumamos dizer para o paciente: ‘Procure alguém, porque isso vai passar’. Na hora, procure uma outra alternativa como conversar, porque na hora vem o impulso e você tem que parar para pensar”, recomenda Patrícia.
O CAPS I, que é para o público Infanto-Juvenil com transtornos (até 18 anos) e dependência química (até 16 anos), fica na Rua Guimarães Rosa, 84. O telefone é 3906-1018. O CAPS II atende transtornos em pacientes a partir de 18 anos. O endereço é Avenida Romário Martins, 625 e o telefone 3906-1011. Já o CAPS AD para dependentes químicos (a partir de 16 anos) fica na Avenida Castro Alves, 1821 e o telefone é 3255-1926. Todos os CAPS funcionam das 8 às 18h.
A pessoa que já está em vias de fato deve ser encaminhada ao hospital ou acionar o SAMU (192). “Ela precisa estar reclusa e com um cuidado para que o pensamento tenha um tempo e que os profissionais trabalhem outra alternativa”, orientou a psicóloga.