O Futuridade, fórum de desenvolvimento promovido pelo Codese (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Rolândia), levou muita gente até a Faculdade Paranaense – Faccar e surpreendeu pelo nível dos palestrantes e dos assuntos abordados. Realizado durante a manhã da sexta-feira (06), o evento discutiu pautas sobre o planejamento inteligente do município. Para isso, trouxe nomes renomados como o do professor Antonio Aledo, da Universidade de Alicante (Espanha), Vera Suguhiro e Saulo Fabiano Amâncio de Oliveira, ambos do Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública (Nigep), da UEL, e Heverson Feliciano, coordenador estadual de Ecossistema de Inovação do Sebrae.
Em sua palestra, Antonio Aledo falou da importância da comunidade local desenhar o plano de cidade que pretendem construir. “Esse plano precisa ter a participação das pessoas e não ser construído somente pelo Poder Público”, enfatizou o docente da Universidade de Alicante. A partir desse desenho, se estrutura um planejamento que deve levar em conta os conhecimentos e os talentos locais.
Segundo o professor espanhol, a experiência europeia demonstrou que, de acordo com o planejamento de cada local, hoje cada cidade é um exemplo de qualidade de vida ou, até mesmo, uma cidade falida. Cidades que adotaram certos modelos sofrem com os altos custos na sua manutenção e não atendem aos anseios da sua população. Aledo enfatizou a importância de Rolândia ter bem definido um plano, um sonho de cidade que quer ser. “Não há uma cidade equilibrada se não há justiça social”, foi uma das frases marcantes ditas por Aledo.
Na palestra seguinte, a doutora Vera Suguhiro e o doutor Saulo Fabiano falaram do Nigep, da Universidade Estadual de Londrina, e de como ele auxilia as prefeituras de toda a região. O Núcleo é constituído por alguns cursos da UEL e assessora os municípios em seus processos de gestão e administração. Os dois doutores demonstraram que, com assessoria adequada, há economia de recursos e de pessoal em processos de licitação, auditoria de folhas de pagamentos, merendas e em vários outros. Há casos de diminuição de dias em licitações – eram de 120 dias e caíram para 80, por exemplo. Todo esse know-how foi colocada à disposição do município de Rolândia.
A palestra final ficou a cargo de Heverson Feliciano, coordenador do Sebrae. Heverson parabenizou a iniciativa do Codese. “Ter um grupo preocupado com o futuro da cidade é muito importante”, afirmou. “A importância está porque o desenvolvimento acontece de forma sustentável na medida em que há processos contínuos de pensar e repensar a cidade”, abordou o coordenador. O palestrante também reafirmou a necessidade de todos as lideranças do município estejam preocupadas com o seu desenvolvimento, “mas de forma organizada, com planejamento e a longo prazo”, alertou. “Quando o município tem um Conselho, um Fórum que pensa nisso a longo prazo, as coisas acontecem como acontecem em outras cidades”, afirmou Heverson. O coordenador também falou sobre os diversos tipos de empreendedores. “Temos os empreendedores empresariais, os empreendedores políticos e também os empreendedores cívicos”, concluiu.
Houve, ainda, uma sessão de perguntas com os palestrantes do Fórum, mediada por Nilson Giraldi, coordenador do Codese. O Fórum Futuridade reuniu 163 pessoas, entre empresários, profissionais liberais, membros de clubes de serviço e do Poder Público, acadêmicos, religiosos, membros de instituições. Havia participantes de Rolândia, Apucarana, Campo Mourão, Bela Vista do Paraíso, Cianorte e Londrina.
“A ideia é oferecermos um evento desse por ano e também termos um ciclo de palestras bimensais com nomes importantes da região”, revelou Nilson Giraldi. O evento foi uma iniciativa do Codese de Rolândia, com apoio da Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Faculdade Paranaense-Faccar, Agência Terra Roxa, Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública NIGEP-UEL, SEBRAE e da Universidade de Alicante.