Ailton Siécola Moreira, de 76 anos, criou um filtro que purifica a água da chuva e a torna potável, própria para uso doméstico. O sistema foi batizado de Mina d’água. “Porque ela aproveita a mina d’água que dá nos telhados”, justificou o aposentado. O sistema também pode ser usado para água de rios. A captação da água deve ser feita nas calhas para que então ela passe pelo sistema de purificação, com filtros que ele mesmo fez com PVC, um material barato e acessível. “Ela passa por filtração no filtro de areia, depois no filtro industrializado e pela cloração”, explicou.
Ailton pensou em reaproveitar a água da chuva ainda em 2014, vendo a situação em locais do país em que o precioso líquidi ficou em falta e causou transtornos. Para ter todas as orientações e iniciar o tratamento da água, ele procurou um engenheiro e fez muita pesquisa. “Pesquisei, fui na UEL atrás de livros, peguei um do Japão e com as pesquisas, criei esse sistema”, contou Ailton.
A água resultante da filtração é potável e periodicamente passa por análises na SAMAE (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) de Ibiporã e na UEL. “A qualidade está dentro dos padrões que o Ministério da Saúde exige”, assegurou. O rolandense revelou que o Brasil não tem essa tecnologia em escala industrial. “Na minha casa, esse sistema já está funcionando há três anos”, afirmou.
A construção do sistema de filtragem leva três horas de trabalho. “A economia é de 30% de água e se jogar no vaso sanitário, os antigos, principalmente, vai para 40%, porque o vaso sanitário consome 55 litros de água por pessoa por dia”, ressaltou. “Agora, estou desenvolvendo um sistema de tratamento da água com luz ultravioleta, que é muito usado nos Estados Unidos. Isso vai substituir o cloro”, revelou ao JR.
Ailton está buscando a patente da criação no INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e já tem um protocolo. Ele afirmou que só não lançou a tecnologia antes porque a documentação da patente perdeu o prazo no período que ele viajou para visitar os filhos e precisou ser refeita.
Ele já tem algumas unidades do sistema pronto para venda, pelo valor de R$ 1800. “Se a pessoa quiser só lavar roupa e usar para limpeza, não precisa clorar a água”, explicou. Sem a cloração, o sistema sai por R$ 1650. A captação não está incluída no sistema e precisa ser feita por calhas. O criador da tecnologia também dá assessoria para a implantação, auxiliando também na escolha da caixa para a captação de água pelas calhas.
Ailton é aposentado, trabalhou a vida toda na agricultora e mora em Rolândia há 11 anos, nascido Santa Rita do Sapucaí (MG). Ele é casado com Ana Maria de Souza Siécola que trabalha no Colégio Kennedy, com quem tem três filhos. Lucas (30) é formado em música e está concluindo a segunda graduação, em Direito. Julia (26), tem formação em Artes Cênicas na UEL e se formou em 2018 em Arquitetura na Unifil. Pedro (22), está no segundo ano de Engenharia Civil na UEL.
Quem quiser adquirir a sua “Mina d´água” pode entrar em contato com o inventor pelos fones (43) 3256-8614 e 9.9616-9704.