O artista Gian Pedro AnĂ©sio Magon, 25 anos, Ă© grafiteiro e formado em Artes Visuais pela Unopar (Universidade Norte do Paraná). Gian tambĂ©m se considera um ilustrador e desde criança já gostava de desenhar. Ainda na infância, percebia que tinha habilidade nesta atividade artĂstica e o seu primeiro contato com o grafite foi em 2013, quando alguns profissionais da área vieram atĂ© Rolândia.
Na ocasiĂŁo, o grupo fez desenhos em diversos pontos de Ă´nibus da cidade, que alĂ©m de expressĂŁo de arte, contribuiu na restauração destes ambientes pĂşblicos. Magon se interessou pelo grafite e pediu auxĂlio aos artistas. “Eu nunca havia ao menos pegado em uma latinha de tinta e tinha receio em começar. EntĂŁo decidi perder o medo e colocar em pratica os exercĂcios de grafite”, revelou. Nesse momento, Gian se matriculou em um curso de artes visuais e disse para si mesmo que algum dia teria a arte como o “ganha pĂŁo”.
É possĂvel encontrar desenhos de Magon em diversos ambientes pĂşblicos do municĂpio de Rolândia. O artista conta que no começo de seu contato com o grafite ele nĂŁo escolhia muito bem os locais, apenas chegava no local e desenhava. Mas com a experiĂŞncia adquirida no grafite e por meio de aulas e orientações de professores da faculdade, o artista percebeu que precisava estudar os locais, antes de grafitar. “É preciso pensar na questĂŁo de visibilidade, luz, estudar todo o contexto do local, no qual eu pretendo fazer um grafite”.
Um local onde pode ser encontrada uma obra do Gian é um banheiro público, localizado próximo ao estádio do Nacional. Lá o artista havia desenhado um morador de rua, com um cachorro, segurando uma plaquinha com os dizeres “vai melhorar”. O desenho foi inspirado em uma pessoa real, que sempre dormia no espaço, na companhia do cão inseparável. Algum tempo depois, Gian soube que o homem havia morrido. “Ao saber disso, fui até o local e refiz o grafite. Desenhei o morador de rua sentado, ao lado do cachorro, em um ambiente que lembrasse o céu. Eu me arrepio só em contar essa história”.
Quem passou pela Avenida Castro Alves, em 2016, se surpreendeu com um painel feito em grafite na parede da quadra ao lado do Restaurante da Oktoberfest. A arte fez parte de um projeto para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que teve um viés social. O painel retratava um morador de rua e um cachorro, com os rostos trocados. “Fiz no intuito de as pessoas se sensibilizarem mais com o cachorro e menos com o morador. Quando eles estão com o rosto invertido, a pessoa vai se sensibilizar com o homem pedindo ajuda”, explicou o grafiteiro. Infelizmente, a obra foi apagada pela administração municipal.
Gian também é um apoiador do projeto Bibliotroca promovido pelo JR. Há alguns anos, as tocas receberam uma pintura exclusiva do artista visual.
O ilustrador afirma que o preconceito infelizmente existe. Tanto com a relação da comparação da pichação com o grafite, quanto ao fato da nĂŁo valorização do trabalho artĂstico. Apesar de tudo isso, Magon afirma que a visĂŁo do grafite no cenário atual está mudando, e confessa que boa parte desta melhora, se dá porque a prática está em alta e atĂ© mesmo “na moda”.
Projeto secreto
Gian revela que neste momento está em meio a um projeto “secreto” e por isso não pode revelar muitas coisas sobre o seu trabalho atual. “Dei uma parada para respirar e aprimorar algumas técnicas e agora estou voltando para a rua. Estou neste novo projeto que ainda é algo em sigilo”, declarou. Os rolandenses amantes da arte estão ansiosos.
Gian também faz trabalhos. Os interessados podem entrar em contato e contratá-lo pelo telefone (43) 9.9606-1294, pelo Facebook: Gian Magon, ou pelo e-mail
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