Hoje abordaremos um assunto que, para muitos, nada se relaciona com a vida fitness – a saúde bucal. Sim, isso é um tremendo engano! Cuidar dos dentes vai muito além de ter um sorriso bonito; eles interferem de forma significativa em nossa qualidade de vida. Embora o tema seja bem vasto, vamos reduzir o assunto e tentar entender melhor.
Para que possamos tirar maior proveito de tudo que ingerimos, é necessário que tenhamos uma eficiente absorção de seus nutrientes, e para que isto aconteça, o alimento precisa chegar ao estômago e intestino bem triturado. Quanto menor o pedaço do alimento, mais fácil, rápida e eficiente será a ação das enzimas digestivas e melhor será nossa digestão. Este processo já se inicia na boca pela saliva, e nossos dentes funcionarão como um “liquidificador”. Mas quando temos um dente cariado, mal restaurado (mal obturado), fraturado ou mal posicionado (dentes tortos) não conseguimos triturar bem os alimentos que mastigamos, fazendo com que cheguem ao estômago e intestino mais inteiros. Assim, as enzimas que promovem as “quebras” das partículas alimentares não conseguem atuar eficientemente, e nosso organismo absorverá menos nutrientes. Ainda que sigamos à risca as recomendações do profissional e tenhamos ingerido o cardápio em sua totalidade, sentiremos falta de energia e o resultado será uma queda acentuada no rendimento, na performance.
Outro fator importante é que a forma como seus dentes se relacionam entre si, o que o dentista chama de oclusão dental, poderá interferir na sua postura corporal, na tensão muscular e até mesmo gerar problemas de dores de cabeça, pescoço e coluna. Se você tiver a mordida “torta”, seu organismo tentará fazê-la chegar o mais próximo da mordida correta, e para isso, vários músculos trabalharão, fazendo com que fiquem tensionados e levando-os à fadiga; por isso, muitas pessoas se queixam de dores de cabeça, pescoço, região cervical e lombar até mesmo quando acordam, pois este grupo muscular trabalha durante a noite toda, enquanto, teoricamente, dormimos. Neste ponto, um ortodontista seria uma boa indicação.
Outro fator a ser observado é que o esforço físico promove uma diminuição na produção de saliva, por isso temos a sensação de boca seca quando corremos, por exemplo. É a saliva que ajuda a regular o PH da boca e procura repor parte do cálcio que nossos dentes perdem. Esta diminuição na salivação pode ter seu efeito agravado quando o atleta utiliza isotônicos e carboidratos, pois estes produtos têm alto poder cariogênico. O carboidrato em forma de gel, por exemplo, fica retido nos dentes e servirá de substrato para que micro-organismos presentes na boca promovam a cárie.
Por fim, sabemos que doenças infecto-inflamatórias bucais podem ocasionar aumento no tempo da recuperação de lesões ou podem promover alterações no tecido muscular de forma sistêmica, prejudicando o desempenho físico do atleta. Aqui, um dentista especializado em Odontologia do Esporte é o profissional de escolha.
Como pudemos observar, o mundo fitness requer muito mais que “vou fazer o mesmo que os outros fazem”, pois cada pessoa merece um cuidado especial e individualizado, com profissionais especializados e que trabalhem em conjunto. Para maiores informações dentro da área odontológica, procure seu Cirurgião-Dentista.
Dr. Winston Hirassaki, além de um grande profissional, também é atleta amador e por isso consegue nos auxiliar com tanta clareza no assunto.