Na sessão de segunda-feira (28 de março), o vereador Maico Dida (PT) ficou emocionado ao comentar sobre mais um artigo publicado em um semanário de Rolândia na semana passada. A autora do artigo reclamava que o politicamente correto é um saco e que piadas hoje são proibidas porque usam palavras que ofendem uma raça ou um credo.

“O ódio está se alastrando em algumas mídias de nossa cidade. Na semana passada apresentei uma Moção de Repúdio a um semanário que dizia que os menores infratores deveriam sumir e os comparando a dejetos e dizendo que alguém tinha que puxar a descarga”, relembrou Dida. O parlamentar afirmou estar preocupado com a discriminação racial e social, pois pensa em um amanhã melhor. “As instituições fazem um excelente trabalho social com crianças e gostaríamos de ver isso divulgado. Entendemos que a pessoa que estiver no caminho errado pode ser salva, temos exemplos disso”, ressaltou Dida.

O vereador também pediu que a secretária de Assistência Social, Rozimari Veronez, e a secretária de Educação, Rosilene Moloni, presentes na sessão, analisassem os textos do semanário. “Não estou aqui para defender delinquente, ele tem de pagar, mas sob a lei e não desejando sua morte ou o seu extermínio. Quem tem esse pensamento está no país errado”, afirmou o parlamentar. 

Dida disse que procurou o Ministério Público, que pediu um ofício sobre a situação. “Aí, infelizmente, neste semanário, a esposa do editor fez um outro artigo, que não irei repudiar não. Mandarei direto para o Ministério Público para que se tome as providências. Ela diz que o mundo está sem graça, mas antigamente era legal a discriminação racial e social? Acho que não”, sentenciou o vereador.

O parlamentar lembrou a sua trajetória de vida. “Tivemos muitas dificuldades na minha vida, assim como outras pessoas negras. Aí, a gente se depara com uma publicação dessa, que me deixou entristecido, assim como pessoas de igrejas, de escolas, instituições que trabalham com jovens”, emocionou-se Dida. O vereador continuou a ler o artigo: “(…) politicamente correto. Coisa de gente à toa que não tem um bom terreno pra carpir e nem uma pia de louça pra lavar”, releu o parlamentar. Dida foi aplaudido pelo público.