HĂĄ mais de dois meses morando em um quarto isolado no fundo da casas dos pais, a mĂ©dica rolandense ClĂĄudia Aparecida Verri, 32, contou ao JR como estĂĄ vivendo nesses tempos de pandemia da Covid-19. Residente da clĂnica mĂ©dica do Hospital Norte Paranaense â HONPAR, a mĂ©dica jĂĄ passou por muitas experiĂȘncias durante esse perĂodo como momentos crĂticos de intubação.
Rotina em casa
Atualmente, a profissional mora e trabalha em Arapongas. Mesmo morando com os pais e com irmĂŁo, tenta ao mĂĄximo evitar o contato com os familiares, e neste momento mora em um quarto isolado no fundo na residĂȘncia, mantendo assim a distĂąncia dos demais cĂŽmodos da casa. âSaio do trabalho e vou direto para a minha casa e sĂł faço saĂdas bem necessĂĄrias. As minhas roupas eu deixo separadas das demais roupas das pessoas que moram em casa e as lavo separadamente. Tenho evitado o contato tambĂ©m com o restante geral da minha famĂlia, e quando nos falamos Ă© sempre Ă distĂąncia ou mesmo pelo aplicativoâ, afirmou.
Ao falar sobre este contato com a famĂlia, ClĂĄudia se emociona ao se lembrar da Ășltima vez que abraçou seus familiares. âNĂŁo abraço meus pais desde fevereiro. Sinto muita saudade em estar mais prĂłxima deles e especialmente de estar sem medo de passar essa doença para algum familiarâ, confessa.
ClĂĄudia ainda afirma que os pais estĂŁo fazendo o isolamento corretamente, e sempre Ă© o irmĂŁo, ou ela, que sai Ă s rua para poder fazer compras ou pagar contas. âSinto tambĂ©m que toda esta questĂŁo do isolamento social serve para nos mostrar o que realmente importa, que Ă© estar prĂłximo de quem amamosâ, disse.
No trabalho
Na Honpar, a mĂ©dica atua na linha de frente do combate Ă Covid-19 e, na residĂȘncia, atua sendo orientada pelos chefes. Seu trabalho ocorre tanto na UTI, com pacientes que estĂŁo se recuperando da Covid, quanto na enfermaria, com pacientes em observação com oxigenoterapia. âEu jĂĄ passei pela experiĂȘncia de ter que intubar pacientes com diagnĂłstico de Covid. Ă uma realidade bem diferente de uma intubação normalâ, explicou.
Nesse processo de intubação, a mĂ©dica afirma que o protocolo exige uma grande quantidade do uso de EPIâs em toda a equipe, como o avental impermeĂĄvel, a mĂĄscara n95, , um modelo , de utilização hospitalar que filtra elementos contaminantes em forma de aerossĂłis, alĂ©m de gorros e do Face Shield. ClĂĄudia afirma que atĂ© entĂŁo nĂŁo teve qualquer sintoma da doença e desde o inĂcio do contato com os pacientes, atĂ© agora, jĂĄ fez dois testes rĂĄpidos e os ambos acusaram negativos para a doença.
Sobre a profissional
ClĂĄudia Aparecida Verri se formou em medicina pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) em 2017. ApĂłs a sua residĂȘncia de clĂnica mĂ©dica na HONPAR, ela tem intenção de se especializar em gastrenterologia. A profissional trabalha no ParanĂĄ desde 2017.
A profissional nasceu em RolĂąndia, onde morou atĂ© os 15 anos, quando mudou-se, com a famĂlia, para Arapongas. ClĂĄudia retornou a RolĂąndia mais uma vez e, dos 18 aos 21 anos, voltou a morar na cidade. AĂ, passou na faculdade e foi fazer medicina no Rio Grande do Sul.