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São Rafael: a estrada, a capela e o cemitério

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    A estrada que leva à Comunidade São Rafael é um prolongamento da Avenida Erich Koch Weser, que se inicia em frente à Chácara Rolândia, na entrada de Rolândia para quem vem de Londrina ou de Cambé.  Naquela esquina, funcionava a venda de “secos e molhados” do pioneiro Willy Dietz. Do outro lado da avenida, à sombra dos eucaliptos, encontrava-se a pedra com a identificação da estrada, que recebeu o nome de “Erich Koch-Weser” em 2001, pela LEI Nº 2768/2000, uma homenagem ao ilustre pioneiro, Ministro da Justiça e do Interior, na República de Weimar (Alemanha), que chegou em Rolândia no início da década de 1930 e se destacou como uma das importantes figuras da colonização de Rolândia. Com a destruição da “Matinha” que ali havia, a pedra foi retirada de seu local original e será instalada no canteiro central, na entrada da estrada, popularmente conhecida como São Rafael. No início, a estrada era conhecida como “Schlangenweg”, que significa “Caminho das Cobras” em alemão. Hoje essa estrada se destaca como importante atração turística de nossa cidade e muito apreciada por aqueles que gostam de praticar ciclismo e caminhadas.

    Cinco quilômetros adentro na estrada, encontram-se a Capela e o cemitério de São Rafael, cujo terreno foi uma doação do pioneiro Josef Renz, que comprou o seu sítio em 1933 naquele local. É interessante destacar que foi nessa região que se iniciou a colonização alemã, em 1932, em meio à mata virgem. Conta-se que essa capela foi idealizada pelo suíço Nikolauss Steiner, que antes de imigrar para o Brasil sonhou com uma igreja de torre pequena e porta estreita – sonho realizado na Comunidade São Rafael. Em 1936 a comunidade alemã, já bastante numerosa e de religião católica, deu início à construção da antiga capela. O projeto foi do pioneiro Dr. Rudolf Gair e obedecia os traços da igreja descrita por Steiner no seu sonho. 

    Foi a primeira capela construída em Rolândia e inaugurada no “Dia de Pentecostes”, no ano de 1937, num terreno de meio alqueire. Inicialmente sua construção foi em madeira, coberta de tabuinhas de “Tamburi”, lembrava as igrejas das pequenas cidades europeias. Na sua pequena torre, também de madeira, foi instalado um sino. O nome “São Rafael” foi escolhido em homenagem à “Associação São Rafael” de Hamburgo, entidade católica que prestava assistência aos imigrantes.  O quadro acima do altar, o anjo São Rafael e o jovem Tobias, foram doação da senhora Agnes Heilig, que veio de Zurigo, na Suíça, para se casar com o pioneiro suíço Nikolaus Steiner, que por muitos anos cuidava da capela e ajudava nos sepultamentos dos pioneiros no cemitério ao lado. Nos primeiros anos vinha um missionário de Londrina para celebrar duas vezes por mês a Santa Missa. Em 1956, o Bispo de Jacarezinho sugeriu a construção de uma capela maior em alvenaria. A nova capela foi projetada por um arquiteto de São Paulo, irmão do pioneiro Hermann Bresslau. Construída com a ajuda de toda a comunidade e inaugurada em 1958, a capela de destaca pela sua torre de pedras e hoje se tornou uma importante atração turística.

    O cemitério surge em 1940, conhecido como “cemitério alemão ou dos alemães”, embora nem todos que lá estão enterrados sejam alemães. A primeira sepultura é da senhora Paula Haussler, que faleceu em 14 de junho de 1940, quando ajudava o marido na derrubada da mata e foi tragicamente atingida por uma árvore em queda. O cemitério apresenta algumas peculiaridades: com muita vegetação e muitas árvores sobre os túmulos, lembra um parque ou jardim, a maior parte das suas sepulturas são feitas diretamente na terra, não havendo, portanto, as carneiras. 
 
    Próximo à entrada, as duas fileiras de sepulturas são de crianças, vindo a seguir as dos adultos. Diziam os antigos que judeus e evangélicos eram enterrados do lado esquerdo e os católicos do lado direito, porém, esta separação já não existe mais.  Nesse cemitério estão enterrados alguns pioneiros mais conhecidos como Erich Koch-Weser, Oswald Nixdorf, entre outros. O cemitério atualmente é administrado pela Prefeitura Municipal.

Essas informações foram coletadas no Museu Municipal de Rolândia.

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