A Justiça de Rolândia atendeu ao pedido da defesa de Vinicius Corsini (20) e determinou a transferência dele com urgência – dessa maneira, o jogador sai de Rolândia e vai para outra unidade prisional. Vinícius foi preso em flagrante na quarta-feira (16), acusado de matar José Danilson Alves de Oliveira (58) a golpe de facas – crime que já assumiu em depoimento ao delegado Marcos Rubira.
O juiz Alberto José Ludovico, da Vara Criminal de Rolândia, determinou sigilo absoluto sobre o local em que Vinicius estiver preso, pois estaria com a vida em risco dentro do sistema prisional. O jogador está preso preventivamente (por tempo indeterminado).
O crime
Danilson era presidente de honra do Nacional de Rolândia, político e empresário. Ele foi esfaqueado na rua Santa Catarina, bem em frente da Konex, empresa de que era sócio, no final da tarde da quarta-feira (16). Vereador por três mandatos e ex-vice-prefeito, o empresário iria disputar uma cadeira na Câmara neste ano.
Em seu depoimento, Vinícius afirmou que teve um “apagão e que não se recorda do que fez” depois de assassinar Danilson a facadas. Ainda de acordo com o seu depoimento, o jogador afirmou que estava revoltado porque teria visto o empresário conversando de forma maliciosa com a mãe dele através de mensagens.
Vinícius disse que, depois disso, a convivência com a vítima aumentava o ódio que sentia por ele. Em determinado trecho de seu depoimento, o jogador afirmou que recebeu R$ 2 mil do dirigente para “esquecer o que tinha acontecido”, levado por um colaborador da empresa. Continuou a jogar no NAC, mesmo depois de aceitar o dinheiro. Essa versão coincide, em partes, com o relato de uma testemunha que afirma que o jogador passou a exigir dinheiro de José Danilson, mas que não havia nenhum envolvimento do empresário com a mãe de Vinicius.
No depoimento, Vinícius afirma que, em nenhum momento, teve a intenção de matar Danilson. O delegado de Rolândia, Bruno Rocha, responsável pelo caso, falou com o Jornal de Rolândia e afirmou que começará a ouvir as testemunhas já nesta terça-feira (22). “Nesta segunda-feira nós fizemos algumas diligências de campo. A partir desta terça, já começamos a ouvir testemunhas, entre elas a mãe do jogador, para tentar finalizar esse inquérito entre quarta e quinta-feira”, revelou o delegado. Com o réu preso, o inquérito precisa ser finalizado até a sexta-feira (25).
Defesa
Os advogados do jogador, Viviane de Abreu e Lucia Patrícia da Silva, divulgaram uma nota na imprensa em que escrevem que “a motivação do delito não está ligada a contrato, demissão, convocação ou outro motivo relacionado à profissão que o jovem Vinicius Corsini exercia, conforme será demonstrado oportunamente”.
Como maior de idade, Vinícius nunca teve problemas com a polícia. Quando era adolescente, no entanto, foi apreendido por roubo e posse de drogas.