Ficar em fila de bancos não é nada prazeroso, principalmente em tempos de pandemia em que as filas estão “quilométricas” (desculpas pelo lugar-comum). A situação fica mais extenuante ainda para os idosos, que precisam esperar debaixo do sol e sob muito calor. Na semana passada, um idoso chegou a passar mal e teve de ser atendido.
A lei federal prevê que o atendimento deve ser em, no máximo, 20 minutos em dias normais e de 30 minutos em horário de pico. Em Rolândia, há uma lei municipal de 2006 que reduz o tempo para dias normais para 15 minutos e mantém os 30 minutos para dias mais corridos como véspera e pós feriado. Há ainda a lei de atendimento preferencial ao idoso.
O caso é que, com a pandemia, o tempo de espera em filas aumentou e as pessoas têm sofrido com isso, especialmente os idosos. “A preferência sempre será pelos idosos, em qualquer agência ou local, como aqui no Procon”, explicou Sérgio Luís Masson da Silva, coordenador do órgão em Rolândia. “O idoso, ou a pessoa que se sentir lesada, pode nos procurar que enviaremos uma CIP (Carta de Investigação Preliminar) ao banco”, ressaltou o coordenador. O Procon de Rolândia fica no 3º andar do edifício do Banco do Brasil (Avenida dos Expedicionários 291) e atende de segunda a quinta-feira, das 09 ao meio dia e das 13 às 16 horas.
A preferência no atendimento para o idoso em filas de banco, em tempos de pandemia ou não, também é ressaltada pela Assistência Social de Rolândia. O Conselho Municipal do Idoso de Rolândia está para ser implantado e poderia ajudar em casos como esses. “A lei foi reformulada e aprovada na Câmara e só não foi implantada ainda por conta da pandemia”, explicou Fernanda Buranello, diretora da Assistência Social. “Precisamos ainda fazer decreto e nomear as pessoas para o Conselho”, revelou a diretora.
Apesar ser apenas deliberativo, o Conselho poderia ajudar os idosos a procurar o Procon quando eles se sentirem lesados ou a buscar outras alternativas. Isso se já estivesse “funcionando”. A Assistência também sugere que as pessoas, e também os idosos, vão ao banco somente se for necessário e não tão logo saia seu pagamento. “O ideal é procurar realizar algumas operações e transferências por aplicativos para não ir aos bancos e evitar essas filas”, sugeriu Fernanda.
Em setembro, os vereadores de Curitiba aprovaram um projeto de lei que aumenta a multa às agências bancárias que descumprirem o tempo máximo para o atendimento presencial aos clientes no setor de caixas. De acordo com o projeto, a multa passa de R$ 1,4 mil para até R$ 40 mil. De acordo com o projeto de lei, a primeira infração pelo não cumprimento da lei acarretará em multa de R$ 2,5 mil, da segunda à quarta reincidência, as multas serão de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 20 mil, e na quinta reincidência, o projeto prevê a suspensão do alvará de funcionamento da agência bancária, além da aplicação de multa de R$ 40 mil. Se sancionada pelo prefeito, a lei entrará em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial do Município (DOM).
A reportagem do JR tentou entrar em contato com a direção dos bancos, mas até o fechamento desta edição não tinha obtido nenhuma resposta.