Recentemente, Rolândia teve uma parte de seu patrimônio histórico roubado, desrespeitado e, infelizmente, não recuperado. Trata-se de parte da escultura do Museu Japonês, ou do Museu da Imigração Japonesa do Paraná. Construída em homenagem aos pioneiros que tanto lutaram para desenvolver nossa cidade, a obra era um exemplo de patrimônio histórico, que agora as próximas gerações só poderão conhecer através de fotografias.
Mas, afinal, o que pode ser entendido por “Patrimônio Histórico-Cultural”? Pode-se entender tudo aquilo que se relaciona com a identidade e a memória de um povo, todas as manifestações materiais ou imateriais que diferenciam um grupo dos demais, que representam simbolicamente suas particularidades. Essas manifestações podem ser de origem material (aquilo em que se pode tocar), como os objetos, monumentos, edifícios, documentos, ou de origem imaterial (aquilo que não se pode tocar), como o idioma, os costumes e as comemorações populares coletivas.
Rolândia, mesmo possuindo uma história considerada recente, tem nas suas próprias raízes os traços culturais trazidos das mais diferentes partes do mundo e regiões do Brasil, através das pessoas que aqui vieram morar. Durante décadas, essas culturas foram sendo miscigenadas e adaptadas à nossa região, dando origem então à identidade cultural do povo rolandense.
O Patrimônio Histórico de um município deve ser preservado. O primeiro e um dos mais importantes passos para a preservação do Patrimônio Histórico de um povo é seu reconhecimento pela comunidade, e o entendimento de que ele representa a cultura e a identidade dessa população. Por isso é dever de todos preservá-lo. Algumas atitudes podem ser tomadas pela comunidade e pelos governantes para garantir a preservação desses bens. Para garantir esta proteção, existem legislações em âmbito nacional, estadual e municipal, o inventário e o tombamento.
No caso de Rolândia é oportuno destacar a existência da Comphir (Comissão Municipal de Preservação Histórica de Rolândia), que foi criada em 2016, através do Decreto 8.202, cuja maior finalidade é promover a valorização e preservação do Patrimônio Histórico Cultural. Cabe à Comphir normatizar todas as ações relacionadas ao inventário, preservação, divulgação e tombamento de bens culturais existentes na nossa cidade. Atualmente seus integrantes são Roberto Sevaux (presidente), Anderson Cardoso Buss (vice-presidente), Solange Apª Pretti (secretária), Catarina Maria Schauff Zanetti, Flávia Galbero Costa, Lucas Yudi Tokano Pereira, Márcio Lopes Do Carmo, Sérgio Luis Masson da Silva, Sibele Viana de Almeida Senda e Sílvia Apª Garcia Elias da Silva.
A Comphir tem obtido diversas conquistas como a limpeza da Estátua Roland e do primeiro trator do município, em janeiro de 2019, por meio da doação de prestação de serviços, realizada pelo Sr. Francisco Luiz Zagabria, com o apoio da Secretaria de Cultura. Recentemente, houve a recolocação, em novo local, da pedra e da placa de inauguração (a primeira havia sido furtada) que intitulou a Estrada “São Rafael” (nome popular) como Estrada Erich Koch Weser, em parceria com as Secretarias de Cultura e de Meio Ambiente. A Comissão também é responsável pela formulação do Projeto de Lei de Tombamento para o Município, que será enviado posteriormente para que o mesmo dê o devido encaminhamento. Essa Lei será mais uma aliada para a salvaguarda de importantes bens materiais e imateirais de nosso cidade.
Fonte: Museu Municipal de Rolândia e Comissão Municipal de Preservação Histórica de Rolândia