Muita revolta nas redes sociais e na fila que se formou para o início da vacinação das pessoas entre 80 e 84 anos em Rolândia, iniciada e terminada na manhã desta terça-feira (02). Com apenas 200 doses da Coronavac destinada para essa faixa etária, o que corresponde a cerca de 25% da população total dessa idade, muitos idosos foram bem cedo à praça da Igreja Matriz São José e tiveram que voltar embora, depois da distribuição de 170 senhas para a vacinação – 30 vacinas foram destinadas a idosos que estão acamados ou não puderam ir até a praça.
A vacinação desses idosos e idosos levou menos de duas horas – antes das 10 horas da manhã já havia terminado. Agora é aguardar pela chegada de mais imunizante para essa população. É importante lembrar que essas 200 doses fazem parte das 930 doses que vieram da 17ª Regional de Saúde na sexta-feira passada, dia 26. Essas doses já vieram da Regional direcionadas: 200 Coronavac para idosos de 80 a 84 anos; 480 doses de Oxford/Astra Zeneca para idosos de 85 a 89 anos (que será feita nesta quarta-feira 3) e 250 doses de Oxford para profissionais da Saúde (também será feita na quarta 3).
Veto de Bolsonaro
A quantidade de vacinas que chegaram ao município é pouca e isso tem afetado as pessoas que se frustram por não poderem ser vacinadas. O sentimento aumenta quando há um veto do presidente Bolsonaro em trecho de Medida Provisória que estipulava uma prazo de cinco dias para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso emergencial de vacinas contra a Covid-19.
Cabe, agora, ao Congresso Nacional manter ou derrubar o veto presidencial. Esse foi um dos vetos feitos à MP, sancionada pelo presidente, que autoriza o governo brasileiro a aderir à Covax Facility, aliança internacional organizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para aquisição de vacinas. O veto foi pedido pela própria Anvisa.
A MP aprovada pelo Senado —que tratava inicialmente da participação brasileira ao mecanismo da OMS— teve o texto alterado na Câmara do Deputados para incluir a obrigação de que a Anvisa autorizasse, em até cinco dias, o uso de vacinas aprovadas por agências internacionais. Essas mudanças tratatam diretamente da vacina russa Sputnik V, que ainda está sob análise na Anvisa e foi aprovada em seu país de origem e também na Argentina. A agência tem sido pressionada por parlamentares e empresários para liberar a vacina.
Em fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de adquirir 10 milhões de doses da vacina russa.