O Hospital São Rafael de Rolândia já sofre com a falta de medicamentos do kit intubação para os pacientes internados por conta da Covid-19, além dos insumos necessários para os atendimentos diários na unidade de Saúde, que o local de referência na cidade e para os município de nossa microrregião. A instituição tem 56 leitos, 20 exclusivos para Covid-19 na enfermeira e dois pacientes intubados no Pronto Socorro à espera de vaga na UTI. A crise provocada pelo coronavírus fez com que o gasto mensal com medicamentos subisse de R$ 70 mil para R$ 150 mil.
De acordo com diretor-técnico do hospital, Fernando Aguilera, os estoques estão acabando rápido, em alguns casos há apenas algumas poucas unidades e, na maioria das vezes, os fornecedores não respondem os pedidos de entrega. “Temos procurado diversas distribuidoras no Brasil todo para aquisição dos medicamentos, no entanto, estamos sem resposta sobre a possibilidade de venda. Aqueles que possuem estoques, estão pedindo pagamentos antecipados para entrega posterior”, afirmou Fernando Aguilera.
O diretor ainda pontuou que medicamentos que custavam R$ 20 por ampola passaram para R$ 200 por ampola e luvas descartáveis, que eram vendidas por R$ 50 a R$ 60 a caixa, chegam a custar até 120 reais, sendo necessário de 15 a 20 caixas por dia. “É uma corrida contra o tempo para adquirir os medicamentos e insumos necessários para dar segurança aos pacientes e aos profissionais”, declarou Fernando.
O diretor afirmou ainda que a unidade continua atendendo todos os outros casos, inclusive partos, e o Pronto Socorro também está funcionando normalmente. Fernando explicou que todos os pacientes, de forma geral, precisam usar uma série de medicamentos, principalmente anestésicos, e afirma que a demora para transferência dos casos mais graves para outros hospitais da região acaba reduzindo ainda mais os estoques da unidade. “Mas estamos falando com a Regional de Saúde e em contato direto com nossos fornecedores. Apesar de tudo, dentro do possível estamos administrando bem a situação”, explicou Fernando. Por conta da diminuição dos medicamentos, o São Rafael deve continuar tratando dos pacientes que têm, por enquanto, e administrando a quantidade de medicamentos. Por isso, pacientes com a doença de outras cidades devem ser levados para outros municípios.
A secretaria de Saúde de Rolândia, Paloma Pissinati, afirmou que no município apenas o SAMU e o Centro Covid, na UBS Central, além do São Rafael, usam os medicamentos do kit intubação. Paloma Pissinati não citou números, mas disse que os estoques nas duas unidades estão bem baixos.
Urgência
Nesta semana um voo de urgência do Batalhão de Operações Aéreas da PM que saiu de Londrina com direção a Jaguapitã também passou por Rolândia e pousou no campo do ginásio da cidade, com os anestésicos e sedativos usados no tratamento dos pacientes intubados.
Além de Rolândia, a situação também é bastante delicada nos principais municípios aqui da região, o chamado G4, que é composto por Cambé, Londrina e Ibiporã, além de Rolândia, é claro.