O JR entrou em contato com o Sindicato Rural de Rolândia para saber sofre os prejuízos que causados aos produtores rolandenses. “Ainda é cedo para saber qual a extensão dessa geada, principalmente para os agricultores que plantaram o milho”, afirmou Carlos Mendonça, do Sindicato.

    Realmente, os produtores que plantaram o milho chamado Safrinha, pois é plantado depois da safra de soja, foram os mais prejudicados pela geada desta quarta-feira. “Isso porque o milho está no estágio de formação de grãos, já que ele foi plantado há cerca de 90 dias, bem atrasado. Já os produtores que plantaram trigo serão menos atingidos, já que essa cultura foi plantada em cerca de 40 dias, e não está nessa fase de formação de grãos, está numa fase menos suscetível”, ressaltou Mendonça.

    O produtor Matias José Knoor, que tem propriedade na região do KM 10, na saída para o distrito de São Martinho, afirmou que a geada foi severa para quem plantou milho. “Acredito que geada igual a essa só em 1993 e em 2000. Fazia mais de 20 anos que não tínhamos uma geada forte assim”, ressaltou Matias.

    Mesmo sendo cedo para avaliações, o agricultor acredita que a geada atingiu a cerca de 90% da área do milho Safrinha. “Foi bem sério. Ainda é cedo para saber quanto cada área vai perder, mas quase todos foram afetados”, explicou Matias Knoor. “Vai ter prejuízo em termo de produção e da qualidade de grãos. Prejuízo vai haver e bastante”, lamentou-se o agricultor.

    Matias sabe do que está falando, já que plantou 50% de milho e 50% de trigo na sua propriedade de 700 hectares. “Tinha muito gelo quando nos levantamos e vi que ali a temperatura ficou abaixo de zero. Muita gente optou pelo trigo neste ano pensando em uma geada, mas um bom número plantou o milho por causa do preço. Infelizmente, a geada forte se confirmou”, resumiu Matias Knoor.

    Áreas
    De acordo com o Sindicato Rural de Rolândia, o município tem cerca de 42 mil hectares de área total. São aproximadamente oito mil hectares de culturas como café, laranja e outros frutos, e de pasto. Há, ainda, cinco mil hectares de mata e 28 mil hectares de plantações – o restante é de área urbana, estradas etc.

    Dos 28 mil hectares de plantações, 35 a 38% é de milho “Safrinha”, 60% de trigo e restantes de aveia. Em anos anteriores, o milho Safrinha não chegava a 30%. Mendonça, do Sindicato, lembrou que muitos agricultores optaram pelo milho neste ano por causa do bom preço da saca.