As figuras femininas que ocupam as cadeiras do Legislativo em Jaguapitã (uma entre 9 vereadores) e Prado Ferreira (duas entre 9)
Empoderamento feminino é uma expressão que vem se tornando cada vez mais usada no país e que, se transformada em ações concretas, pode mudar o lugar das brasileiras na sociedade. Nesse Mês da Mulher o JR já abordou o assunto da mulher na política e trouxe a fala de algumas representantes desse setor no município de Rolândia. Dessa vez, nossa equipe conversou com vereadoras que ocupam as cadeiras do Legislativo de Jaguapitã e Prado Ferreira.
Em Jaguapitã, a primeira mulher eleita para a Câmara foi Nilva Lex Huming – isso na 5ª Legislatura, de 1964 a 1969. O município tem hoje apenas uma mulher na Câmara, mas já chegou a ter 40% da Casa na 16ª Legislatura (2013 a 2016), quando era 10 cadeiras e havia quatro parlamentares: Eliana Aparecida Ramos Damasceno, Doralice da Cruz Leite, Marta Betanes da Silva, Martinha e Genilda Leite Chalegre.
Atualmente, a vereadora Anderleia Fabiana da Costa vive o seu primeiro mandato na Câmara que é composta por nove vereadores. “Sinto muita alegria e satisfação por ser a única mulher eleita pelo voto popular, especialmente no momento que estamos comemorando nosso jubileu de ouro como eleitoras, ou seja, a liberdade do voto feminino completa 50 anos. Com muita humildade, e orgulho de ser mulher, estou ocupando uma cadeira na Câmara de Jaguapitã, oferecendo meu conhecimento em forma de trabalho para melhorar as condições de vida de todos os nossos munícipes, oportunizando a eles uma construção sólida no presente e no futuro de nossas gerações”, afirma Anderleia.
Sobre as ações de políticas públicas voltadas para as mulheres, a vereadora afirma que um projeto de entrega de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social já foi aprovado em fevereiro pela Câmara e agora segue e processo de licitação. Anderleia também já protocolou um outro que tem relação com políticas voltadas para as mulheres no município. “Tenho um requerimento protocolado que foi aprovado que é sobre artesanatos e tem como objetivo estimular mulheres que têm o interesse de aprender esse ofício. Fiz um pedido junto à Câmara Municipal para que o nosso prefeito (Gerson Marcatto) possa montar projetos artesanais e ações diferenciadas para que essas mulheres, que ficam em casa, possam aprender essa atividade e até ajudarem com renda extra”, ressaltou Anderleia.
Em Prado Ferreira, a primeira mulher na Câmara foi Maria P. dos Santos Duarte, eleita para o mandato de 1997 a 2000. Hoje, duas representantes femininas estão no Legislativo, composto por nove cadeiras. A vereadora Antônia Perre dos Santos, a Toninha, e Michele Cristiane Camiloti dos Reis – a dupla está junta desde há três Legislaturas em Prado (2013-16; 2017-20 e 2021-24): Toninha está em seu 4º mandato e Michele em seu 3ª Legislatura.
Natural de Primeiro de Maio, Toninha chegou a Prado com 13 anos e teve seu primeiro mandato em 2005. Ela compartilha um pouco dessa experiência com o JR. “Quando fui vereadora em 2005, era a única mulher na Câmara. Acho muito importante as mulheres estarem participando da política e deveria ter mais mulheres. Nada contra o trabalho dos vereadores, mas é de grande importância a participação das mulheres no Legislativo. Em 2001 também fui agente de saúde e vejo que hoje temos mais mulheres em vários lugares da sociedade”, afirma Antonia.
A parlamentar falou também da força das mulheres. “Somos guerreiras e tenho muito orgulho de todas as mulheres de Prado. Neste mês que celebramos o Dia das Mulheres, recordamos com gratidão a existência de cada uma que, com sua ternura, docilidade e delicadeza, transformam nossa cidade e o mundo em um lugar de solidariedade e paz”, finalizou Toninha.
A outra parlamentar de Prado é Michele Cristiane Camiloti dos Reis, que nasceu em Maringá, mas mora em Prado Ferreira há 43 anos. Ela é casada há 33 anos, tem dois filhos, e é professora há 13 anos. Além disso, Michele também é empreendedora e tem uma lanchonete no município há 14 anos. “Eu venho de uma origem de gente muito humilde. A minha mãe, Ozélia, foi a primeira gari de Prado Ferreira e eu tenho o maior orgulho disso. Eu adoro falar das minhas origens e mostrar que, mesmo diante das dificuldades, alcancei meus objetivos: ser professora e vereadora”, compartilha Michele.
A vereadora também lembrou o começo de sua trajetória profissional, muito antes de se inserir na política, quando vendia salgadinho na faculdade para estudar. “Eu estava desempregada na época e por isso vendia salgadinho. Tenho orgulho disso. Quanto à importância das mulheres na política, eu nunca parei para ver como obstáculo a presença dos homens na Câmara, lá eles me respeitam e eu os respeito. Só que, em muita coisa que peço, percebo que eles deixam de fazer para não dar ênfase no fato de uma mulher estar pedindo algo”, revela.
Mesmo com as diferenças, a vereadora tem uma visão positiva do futuro e afirma que desistir não é opção, e enquanto puder, vai usar a sua representatividade para ajudar outras mulheres e a comunidade no geral. “Tenho um lema na minha vida que é: garra, determinação, coragem e muita perseverança naquilo que eu quero; no meu sonho, o céu é o limite. Deus me protege e tenho isso como lema, então não vejo empecilho que me faça desistir do que eu faço hoje em dia”, ressaltou Michele.