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Cambé: médico é afastado após dizer à mãe que deixasse criança sozinha em casa

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Sugestão veio depois de médico negar um atestado para que a mãe ficasse em casa com o filho de 5 anos que tinha febre

A Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Tupi, em Cambé (foto: Secom PMC)

Em Cambé, na noite da segunda-feira (20), um médico sugeriu a uma mãe que deixasse seu filho de 5 anos, que tinha febre, sozinho em sua casa por 12 horas. A ‘recomendação’ veio depois que a mãe pediu um atestado para ficar em casa para cuidar do filho, que também não iria à aula nesta terça-feira. Além de negar o atestado, o médico sugeriu que a criança ficasse sozinha e que isso não tinha nada demais.

A conversa todo foi gravada pela mãe, incrédula com a situação, e aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Tupi. No final do vídeo, o próprio médico disse que ficava sozinho em casa quando tinha essa idade.

Com a viralização do vídeo, o prefeito de Cambé, Conrado Scheller, realizou uma entrevista coletiva para falar do caso. “Foi uma situação absurda e completamente descabida. Nossa primeira providência foi garantir o atestado de acompanhante à mãe, algo que deveria ter sido feito desde o início”, afirmou o gestor.

O prefeito de Cambé confirmou afastamento de médico da UPA de Cambé e instalou uma sindicância para tratar do caso. Conrado afirmou que o médico era contratado junto ao Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema) e que não pertence ao quadro de funcionários de Cambé.

Segundo Scheller, a equipe da UPA identificou rapidamente que o atendimento inicial não seguia os padrões adequados. “Nossa equipe percebeu o atendimento atípico e reavaliou a mãe e a criança, prestando a assistência correta, inclusive emitindo o atestado necessário”, explicou. Ele ressaltou que, mesmo antes da repercussão do caso, a situação já estava sendo corrigida no local.

O prefeito também destacou que medidas imediatas foram tomadas para investigar a conduta do médico. “Buscamos apurar os fatos e iniciamos uma sindicância para entender o que aconteceu. O profissional foi afastado para preservar os pacientes, e notificamos o Conselho Regional de Medicina (CRM) sobre o ocorrido”, disse Scheller. Ele enfatizou que, apesar de não poder tomar medidas drásticas como demissão sumária sem um processo legal adequado, a prefeitura está comprometida em resolver a situação dentro da lei.

O médico envolvido no incidente não é concursado, mas atua na unidade por meio de um contrato que o município tem com o Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema). “Nós não queremos mais esse médico em nossos quadros até que todas as circunstâncias sejam esclarecidas. Vamos buscar justiça, mas sem cometer injustiças precipitadas”, afirmou o prefeito.

O prefeito também informou que o caso foi comunicado ao Cismepar e que estão aguardando uma manifestação oficial. “O Cismepar precisa seguir nossa decisão, e ele não trabalha mais na UPA até que todos os fatos sejam apurados”, afirmou. Sobre a continuidade do afastamento do médico, Scheller esclareceu que a sindicância durará o tempo necessário para apurar todos os detalhes e garantir o direito de resposta do profissional envolvido.

Scheller ainda reforçou a importância de um atendimento humano e empático na saúde pública. “A revolta da mãe é absolutamente justa. É inimaginável como um profissional consegue dar um conselho tão infeliz. Estudamos tanto, mas não podemos nos distanciar da realidade e do bom senso”, comentou o prefeito.

Para finalizar, o prefeito pontuou que a partir de agora a prioridade e investigar até mesmo se houve fraude, se o médico é realmente pediatra e se o atendimento clínico foi adequado, priorizando a segurança e o bem-estar dos pacientes. “Temos uma ouvidoria eficaz tanto na saúde quanto geral do município. É fundamental que as pessoas busquem esses meios para garantir que episódios como esse não voltem a ocorrer”, finalizou.

Mãe voltou à UPA

A mulher do incidente teve que voltar à UPA mais duas vezes, já que a febre do filho não baixava. Ela foi atendida pelo pediatra de plantão que pediu alguns exames e agora ela aguarda o resultado para saber a causa da febre de seu filho.

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