Médica explica o que leva uma mulher a procurar atendimento e fala sobre os principais sinais, exames e biópsias no diagnóstico da doença

esta semana, na série da campanha Caminho Rosa: Retratos de Superação, idealizada pelas médicas mastologistas Beatriz Daou Verenhitach e Camila Sachi Nery Kanzaki, em parceria com a fotógrafa Melina Caldani, mais um conteúdo informativo sobre o câncer de mama. O tema desta vez é essencial: entender como o diagnóstico se apresenta, quais são os principais sinais de alerta e como funcionam os exames e biópsias. A campanha acompanha a trajetória de quatro mulheres em tratamento no Ambulatório de Mastologia do Hospital Universitário da UEL.
Sinais e sintomas
Segundo a mastologista Beatriz Daou Verenhitach, o sintoma mais comum que leva uma mulher a procurar atendimento é a presença de um nódulo. “Embora nem todo nódulo seja câncer – na verdade, a maioria não é – ele sempre gera preocupação e precisa ser investigado”, explica. A médica destaca que a dor mamária, apesar de frequente, raramente está relacionada ao câncer. “Na maioria das vezes, quando a consulta acontece por dor, não há nada preocupante depois”, afirma. Outros sinais que exigem atenção são deformidades na mama, retrações na pele, áreas de vermelhidão ou endurecimento e, em casos mais raros, secreção com sangue pelos mamilos.
Exames de rastreamento
Quando se fala em prevenção, Beatriz enfatiza: “O único exame com respaldo científico para rastreamento do câncer de mama é a mamografia”. No Brasil, conforme diretriz do Ministério da Saúde e do Inca, ela é indicada entre os 50 e 70 anos. A médica explica que o ultrassom de mama não deve ser utilizado isoladamente como rastreamento, e sim como
complemento em casos de mamografias duvidosas ou para avaliar nódulos palpáveis. Já a ressonância magnética é indicada para mulheres classificadas como de alto risco, com base em calculadoras específicas usadas por mastologistas, e não apenas por histórico familiar.
Nos últimos anos, os exames de imagem vêm se modernizando. “Hoje contamos com mamografia contrastada e a chamada mamografia 3D, ou tomossíntese, com maior definição. Também há pesquisas sobre termografia e biópsias líquidas, mas ainda sem uso clínico consolidado”, acrescenta.
As biópsias
Existem diferentes técnicas de biópsia utilizadas conforme cada caso. Entre elas estão a punção por agulha fina, indicada para esvaziar cistos líquidos; a core biópsia, feita com agulha grossa; a mamotomia, que utiliza um sistema de vácuo para retirar material; e a biópsia cirúrgica, muitas vezes realizada com marcação prévia conhecida como agulhamento. De acordo com a médica, esses procedimentos são fundamentais para confirmar a presença do câncer e definir o tipo de tratamento mais adequado.
Tempo entre exame e diagnóstico
O tempo para confirmar um diagnóstico varia conforme o acesso da paciente ao sistema de saúde. De acordo com a mastologista, em Londrina, pelo SUS o fluxo geralmente passa pelas UBSs, com encaminhamento ao Cismepar ou ao Hospital do Câncer. Já na saúde suplementar, o caminho é direto com o ginecologista ou mastologista. Na prática, a Unidade da Mama do Cismepar tem se mostrado ágil: “Em menos de uma semana a paciente já tem vaga e, na maioria dos casos, faz biópsia no mesmo dia. O retorno costuma acontecer já na semana seguinte, com o resultado em mãos”, relata Beatriz.
No calendário oficial
Caminho Rosa agora integra o calendário oficial do Outubro Rosa de Londrina, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, reforçando a importância da prevenção e da informação para toda a população. A programação inclui a exposição fotográfica itinerante, rodas de conversa e diversas ações de sensibilização.
Empresas e instituições que desejarem apoiar a iniciativa podem entrar em contato com a equipe de mastologia do HU-UEL. Os contatos podem ser feitos com a Dra. Beatriz Daou Verenhitach pelo e-mail ([email protected]), ou pelo telefone: (43) 99970-5326; e Dra. Camila Kanzaki pelo e-mail ([email protected]). No Instagram, o projeto pode ser acompanhado pelo perfil (@caminho.rosa).