Como é o tratamento do câncer de mama?

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Existem vários tipos de tratamentos para o câncer de mama; cada um depende do tipo da doença e do estágio em que ela se encontra – por Dra. Ana Cristina Herrera

A médica oncologista Ana Cristina Herrera

Em mais um conteúdo voltado à campanha do ‘Outubro Rosa’ no JR, intitulado “Mulheres de Peito”, uma especialista de saúde explicou como ocorre o tratamento do câncer de mama e comentou sobre suas características. Segundo a médica oncologista Dra. Ana Cristina Herrera, o tratamento do câncer de mama depende de alguns fatores, principalmente do tipo de câncer e do estágio que a doença foi descoberta. “A maioria das pessoas com câncer de mama terá que passar por uma cirurgia, seja para a retirada de parte ou de toda a mama. Em alguns casos, a reconstrução da mama é feita na mesma cirurgia e, em outros, num segundo momento”, explica a profissional.


A médica ressalta que uma parte importante da cirurgia do câncer de mama é a avaliação dos gânglios da axila, pois se eles estiverem comprometidos pelo tumor serão removidos. As possibilidades e indicações do tratamento são definidas por uma equipe de médicos (cirurgião, clínico e radioterapeuta), sempre informando e esclarecendo as dúvidas das pacientes. “A retirada parcial ou total da mama vai depender de vários fatores, desde o tamanho da mama em relação ao tamanho do tumor e também se a paciente fez quimioterapia antes de operar e ficou com alguma lesão residual ou não. O estágio da doença é o que vai definir se a mama vai ser retirada total ou parcialmente”, pontua a doutora Ana Cristina.

O que determina a reconstrução da mama?
Já quanto ao processo de reconstrução da mama, e se ele será feito no mesmo momento da cirurgia, a especialista afirma que o que é levado em consideração são alguns parâmetros como, por exemplo, se a paciente possui alguma lesão residual e é necessário fazer radioterapia naquela região da cirurgia, o processo de reconstrução será feito em um segundo tempo. “Às vezes a reconstrução é feita em mais de dois tempos. Há casos em que nós colocamos uma prótese que vai expandindo ali aquela região e depois realizamos a reconstrução após o término do tratamento. Às vezes também há fatores de risco como o fato de alguns pacientes que têm diabetes, pressão alta ou alguma comorbidade que tem contraindicação em fazermos a reconstrução”, reforça.

O que ocorre se a mulher precisa ter os gânglios da axila removidos?
Nas situações onde os gânglios da axila precisam ser removidos, a médica informa que devido à evolução dos tratamentos quimioterápicos, são raros os casos em que é necessário fazer o esvaziamento total da axila. “Nos casos em que precisamos fazer, isso altera bastante o pós-cirúrgico. A mulher vai ter que tomar alguns cuidados desde o pós-operatório, no qual vai ser necessário uma fisioterapia mais específica para essa parte da axila. Os movimentos ficam mais dificultados e a dor na parte de dentro do braço acontece porque há muitos ‘nervinhos’ ali naquela região”, comenta.


A quimioterapia
Conforme afirmado pela Dra. Ana, existe um tipo de quimioterapia para cada tipo de câncer de mama. Também existem medicamentos apropriados e específicos e dependendo do tipo e do estágio da doença, a quimioterapia poderá ser realizada antes ou após a cirurgia. “Nem todos pacientes terão que fazer quimioterapia, alguns vão precisar de medicações geralmente orais para bloquear os efeitos dos hormônios no crescimento de um novo câncer. Outra modalidade de tratamento é a Radioterapia, geralmente utilizada após o tratamento cirúrgico e quimioterápico, e vai depender dos achados após a cirurgia”, afirma a médica.

Os efeitos colaterais
A especialista confirma que há vários efeitos colaterais relacionados à quimioterapia e o principal deles, que mais preocupa os médicos, é a diminuição da imunidade. “Esse termo significa que as produções das células do sangue ficam diminuídas, o que pode causar anemia, e diminuição dos leucócitos que são as células de defesa. Tudo isso deixa o paciente mais enfraquecido e mais sujeito a ter infecção”, conta.


Outro efeito colateral é a queda de cabelo que ocorre em muitos pacientes. Há casos de pessoas que têm diarreia, cansaço excessivo dependendo do medicamento que está sendo usado, além de ânsia e náusea de vômito e muitos outros efeitos. “Durante o tratamento nós usamos medicamentos para estimular a medula óssea a produzir as células do sangue para evitar que o paciente fique muito debilitado”, explica.


Por fim, a médica lembra que o tumor retirado na cirurgia é examinado pelo patologista e é ele que vai fornecer informações importantes sobre a continuidade do tratamento. “Uma equipe multiprofissional também acompanha o paciente para oferecer mais qualidade de vida durante o tratamento”, conclui Ana Cristina.

Sobre a profissional
A Dra. Ana Cristina Herrera é médica especialista em Oncologia na Clínica Pró Onco Centro de Tratamento Oncológico de Londrina-Grupo Oncoclínicas, mestre e doutora em patologia experimental pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e docente adjunta do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Alguns números em Rolândia

A Saúde de Rolândia realizou 1.248 exames de mamografia em 2022 e 22 deles acusaram alterações . Desses, três foram classificados na categoria 5, que é altamente sugestiva para o câncer de mama.
As pacientes que tiveram esse tipo de resultado nos exames são encaminhadas para o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (CISMEPAR), em Londrina, onde é realizada a biopsia, e se necessário, são direcionadas para atendimento do Hospital do Câncer de Londrina.


Além disso, neste ano o município também realizou até o momento 2877 exames de preventivo: quatro tiveram alteração de alto grau e sete alterações de baixo grau. Para o órgão, os índices registrados são considerados altos, levando em consideração que os dados referem-se somente ao ano de 2022.
Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde ressalta a importância deste momento de mobilização em prol de campanhas voltadas ao tema do câncer de mama bem como reforça o aumento das ações em prol à causa na Atenção Primária.

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